Blog do Flavio Gomes
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O primeiro #96

SÃO PAULO (um pouco de arqueologia) – A data é 1º de maio de 1989. Está no verso da fotografia. Eu tinha 24 anos, a mocinha ao meu lado tinha 20. A pista é Interlagos. A antiga. Esse aí é o antecessor do #96 e merece nossas homenagens. Em 1988, quando comprei meu primeiro DKW, […]

SÃO PAULO (um pouco de arqueologia) – A data é 1º de maio de 1989. Está no verso da fotografia. Eu tinha 24 anos, a mocinha ao meu lado tinha 20. A pista é Interlagos. A antiga.

Esse aí é o antecessor do #96 e merece nossas homenagens. Em 1988, quando comprei meu primeiro DKW, comecei a correr em provas de regularidade. Existia uma associação, a APCAH (Associação dos Pilotos de Carros Antigos e Históricos), com planos de fazer corridas de verdade.

Aí saímos, eu e Salomão, atrás de uma carcaça de DKW. Encontramos esse aí. Se não me engano, era 1960. Achamos largado na garagem de um doido na Vila Mariana.

Levamos para o Crispim, desmontamos tudo, pintamos de branco, e ele fez um motor. O número foi feito com papel Contact com uma balde servindo de gabarito para a bolota preta. Meu capacete era um Bell todo vermelho. Macacão, sapatilhas e luvas eu as tenho até hoje. E ainda uso.

Acho que durou umas duas corridas a história da APCAH, porque logo depois fecharam o autódromo para as reformas, a turma se dispersou, e acabou. Não lembro meu desempenho. Lembro de ter aberto a porta no antigo Laranja.

O #11 ficou anos encostado na casa da minha avó, depois numa oficina, depois na rua. Até que me cansei, arranquei o motor, as rodas e pneus, e dei a carcaça. Como eu fazia merda quando era mais jovem…

Ah, a mocinha se casou comigo e somos felizes para sempre.

Infelizmente há pouquíssimos registros iconográficos dessa minha primeira aventura nas pistas, que desembocou no que é hoje o #96 e sua trupe. Aliás, acho que só tem esses dois, mesmo. Abaixo, eu passando uma Berlineta Interlagos, depois de deixar o Gordini para trás.

Ou será que estava todo mundo me passando? Mais provável. Pelo menos no que diz respeito à Berlineta, já que, salvo engano, esse era o carro do Walter Moreira Salles. O Gordini estava para trás, mesmo. Gordini nunca foi páreo para DKW!