SÃO PAULO (…e estala…) – Mais três, encontradas dentro de um livro, que provavelmente eu estava lendo na época (“Cem Anos de Solidão”). Não preciso dizer que em 1994 não existiam câmeras digitais, ao menos para consumo popular. Lembro da primeira que vi, o japonês enfiando um disquete no corpo da máquina. Achei o máximo.
A série poderia ser intitulada “Antes, durante e depois”. Antes, a primeira foto no estacionamento do credenciamento de Imola, na porta do autódromo. Eu e Alex Ruffo, hoje dono da revista “Speedway”, fotógrafo de mão-cheia. Pose de felizes e contentes do lado do Fiat Punto que aluguei naquele fim de semana. A data no cantinho: 27 de abril de 1994. Antes.
A segunda é de dois dias depois, sexta-feira à noite na pensão merreca de Riolo Terme (a única vez que não fiquei no Albergo Franca). Já em clima de tragédia, escrevendo sobre o acidente de Barrichello. A sala de imprensa fechara, escrevemos no hotel. O cabra da foto é Mario Andrada e Silva, à época no “Jornal do Brasil”, hoje “capo” da Reuters para a América Latina. Secamos uma garrafa de vinho e um maço de Marlboro Menthol Lights. Lá no fundo, em cima da cama, meu laptop atropelado por uma van da Williams, que passou a funcionar só se eu retirasse a bateria.
Foi nele que escrevi meus últimos textos para a “Folha”. O de domingo começava “O brasileiro Ayrton Senna…”. A única vez que usei “brasileiro” junto de “Ayrton Senna”. Detalhe irrelevante, não sei por que me lembro disso.
29 de abril de 1994. Durante.
Finalmente, manhã de segunda-feira, Tamburello, o dia nascendo. Lá no fundo, não sei se dá para ver, marcas no muro, bandeiras e flores. Perícia? Nada. É um parque, estava aberto.
2 de maio de 1994. Depois.
