Blog do Flavio Gomes
Sem categoria

Cheguei – take 4: A muralha

POUSO ALTO (cachacinha, pudim) – São 17h20 quando saio do Clube dos 500. À minha esquerda, a serra que terei de subir. A muralha, como naquele seriado da TV. Mais 15 minutos e saio da Dutra, direção Cachoeira Paulista. Paro sobre o viaduto que passa em cima da velha estrada. O sol está se pondo. […]

POUSO ALTO (cachacinha, pudim) – São 17h20 quando saio do Clube dos 500. À minha esquerda, a serra que terei de subir. A muralha, como naquele seriado da TV. Mais 15 minutos e saio da Dutra, direção Cachoeira Paulista. Paro sobre o viaduto que passa em cima da velha estrada. O sol está se pondo.

Cruzo Cachoeira, cidade que é sempre igual, onde nada acontece, uma graça, meio-fios caiados, botequins, crianças saindo da escola, mais um dia que se acaba. Tenho pelo menos mais 80 km de serra, passando por Cruzeiro, Passa Quatro, Itanhandu, até Pouso Alto.

Conheço bem o caminho. Até Cruzeiro, a estrada está boa. O DKW continua impecável, terceira e quarta, até passo um Mille aqui, um Corsa ali. Subida, mas ele não se intimida.

Acendo os quatro faróis, piso fundo, roda-livre acionada. A partir dali, se quebrasse alguma coisa era ficar na estrada. Dou um tapinha no painel e digo que ele está indo bem, muito bem.

Sobe, sobe, sobe. Deixo caminhões e ônibus para trás. Coloco segunda apenas numa ultrapassagem. Motor S, quem sabe do que eu estou falando entende o que quero dizer.

18h50. Subo a rampa do Serraverde. Já há uns dez DKWs estacionados, o Blue Cloud já começou. O carrinho estaciona, nem arfa. Foram quatro horas e meia de viagem, com uma parada para comprar Super Bonder e outra para abastecer, falar com o maluco dos Abutres e comer um sanduíche. Além das paradinhas para fotografar.

Com meu carro de rua não faria melhor.

Já no jantar, o mais novo telefona. E aí, pai, tá bom aí?

Tá, filho, tá bom aqui, mas tô morrendo de saudades.