Blog do Flavio Gomes
Sem categoria

Gira mondo, gira (segunda)

SÃO PAULO (112) – Encontrado morto o Coronel Ubiratan Guimarães, comandante do massacre do Carandiru, que deixou 111 mortos em 1992. Um tiro. Em seu apartamento, nos Jardins. Sem sinais de luta. Ele era candidato a alguma coisa, mas sua candidatura foi impugnada. Alguns anos atrás, foi condenado a 632 anos de prisão pelo massacre, […]

SÃO PAULO (112) – Encontrado morto o Coronel Ubiratan Guimarães, comandante do massacre do Carandiru, que deixou 111 mortos em 1992.

Um tiro. Em seu apartamento, nos Jardins. Sem sinais de luta. Ele era candidato a alguma coisa, mas sua candidatura foi impugnada. Alguns anos atrás, foi condenado a 632 anos de prisão pelo massacre, mas não cumpriu um dia sequer porque o julgamento foi anulado.

Não será necessário novo julgamento, pois.

Hoje faz cinco anos do 11 de setembro, data que virou grife. Nine-eleven. Difícil imaginar algo de maior magnitude, mas o tempo é implacável, hoje mais do que antes. Tudo passa muito rápido e muita coisa acontece (ou passamos a saber de mais coisas), por isso tudo se dissipa rapidinho, vira filme e livro e DVD, e vamos em frente.

O que talvez explique o fato de eu me emocionar cada vez que passo diante do Edifício Joelma, e passo sempre, muito mais do que ao ver o buraco aberto no coração de Manhattan.

O Joelma foi pior que o nine-eleven. O Andraus também. E os dois estão lá, de pé, para nos lembrar de tudo.


Foto Carlos Piccino/”O Globo”: Joelma, 1/2/74