SÃO PAULO (começando do começo) – De volta ao velho teclado, acho que hoje vou dedicar meus posts (posts?) ao périplo pelo Salão do Automóvel. Afinal, foram tantas emoções.
Como já é sabido, cheguei cedo, pouco antes de abrirem os portões monumentais. Sábia e feliz decisão, porque quando fui embora aquilo estava um inferno.
Entrei no caixote do Anhembi, com o qual simpatizo deveras. Um barulho ensurdecedor e um calor dos diabos. Meu convite chegou em casa, enviado pela Nissan. Nunca saberei por que a Nissan foi me enviar um convite.
Ah, 20 mangos para estacionar, um assalto à mão armada.
Mas vamos ao caixote. Entra-se pelo baixo clero. Stands de blindados e tuning. Deprimentes, os blindados. Os caras expõem vidros cheios de tiros. E a turba vibra.
Tuning. Não há nada mais cafona no mundo. Não dá para identificar os carros. Esse aí embaixo, por exemplo: alguém saberia me dizer que cazzo é isso?
Notem: tem um extintor de incêndio cromado do lado de fora. Sei, é nitro. Mas parece um extintor de incêndio. Argh. E os nomes das empresas? Buster, Quantum, Noova, Corzus, Ervous, Big Rodas.
Que coisa mais suburbana… Onde estão meus sais?, diria Veloz HP.
Bem, são carros que não servem para nada. E fazem o maior sucesso. Moleques de bonés virados para trás e cuecas aparecendo por causa de suas calças caindo formam o público majoritário.
(Aliás, tenho uma tese sobre o ocaso do automobilismo no Brasil que tem a ver com tuning. Escreverei sobre o assunto, dia desses.)
Saio da área tuning/blindados/roda de 30 polegadas. Daqui a pouco tem mais.