Blog do Flavio Gomes
Sem categoria

Gira mondo, gira (quarta)

SÃO PAULO (já choveu, garoou, fez sol, desabou o mundo, e está um baita trânsito lá fora) – Hoje é véspera de feriado. Feriado é quando vou trabalhar sem trânsito, como digo sempre. E hoje soube que Congonhas vai ampliar seu horário de funcionamento. Depois das 11 da noite ninguém subia e ninguém descia. Agora, […]

SÃO PAULO (já choveu, garoou, fez sol, desabou o mundo, e está um baita trânsito lá fora) – Hoje é véspera de feriado. Feriado é quando vou trabalhar sem trânsito, como digo sempre.

E hoje soube que Congonhas vai ampliar seu horário de funcionamento. Depois das 11 da noite ninguém subia e ninguém descia. Agora, vale até uma e meia da madrugada.

Verei os aviões pela janela, nunca durmo antes disso, mesmo.

Falando em aviões, a TAM avisa: seus Fokker-100 deixarão de fazer parte da frota até 2008, substituídos por A319 e A320.

Loucura da semana: uma maluca, ontem, ateou fogo numa senhora aposentada na porta do banco porque não depositaram sua pensão. Prenderam a doida hoje. Foi no Rio, em São Gonçalo.

Saiu a tabela do IPVA em SP para 2007. Aumento de 6,5%. Veremos mais Corollas com placas de Curitiba e de Palmas pelas ruas. SP é a cidade que mais recebe turistas do Paraná e de Tocantins em todo o Brasil. Incrível como eles gostam de vir para cá com seus Corollas insufilmados e com engate. E nem têm sotaque, parecem todos paulistas, incrível, isso.

Fechando: ia me calar sobre esse cara, mas considero uma missão cívica chamar a atenção de todos. O nome dele é Reinaldo Azevedo, é colunista da “Veja” e tem esse blog aí.

Hoje, conversando com uma amiga, descobri que fomos contemporâneos na “Folha”. Mais uma coisa na vida para me envergonhar, ter trabalhado com um beócio desses (gostei do termo: beócio, beócio, beócio!).

Não sabia que trabalhava na “Veja”, porque não leio essa merda, mas recebi, nos últimos meses, e-mails de alguns de seus admiradores. Achava que eram apenas mais spams como aquele da ONG de Plutão, em que tanta gente acreditou (os mesmos que dizem que o presidente é que é ignorante).

Olha, tenho 24 anos de estrada nisso que se chama jornalismo. Nunca tinha me deparado com um sujeito capaz de dizer tanta merda com tamanha eloquência. Olhando a foto no blog, lembrei de sua cara. Não sei se chegamos a nos falar, faz tempo que saí do jornal.

Gostaria de encontrá-lo qualquer dia desses na rua. Diria: você é o maior filho da puta vivo no país.

Não se trata de qualificar ninguém por pensar diferente de mim. A maioria das pessoas que conheço pensa diferente de mim. Trata-se de qualificar um sujeito que dissemina o ódio, o preconceito, a discriminação (quem tiver paciência, que leia seu post do dia da eleição, no qual ele fala sobre “o povo”), a mentira. Tudo isso sob o guarda-chuva de um termo que ele adora: liberdade de expressão.

Também adoro liberdade de expressão. Maior exemplo disso é este blog, no qual sou malhado diariamente, apagando de vez em quando uma ou outra mensagem não à guisa de censura, apenas para não estimular trocas de ofensas e discursos que ferem princípios primários da boa educação. Censuro apenas quem fala mal de Lada e de DKW. Mesmo assim, às vezes escapam alguns.

Sabe o que é mais triste? Esse palhaço tem mais ou menos minha idade. Ele é o símbolo mais bem-acabado da derrota da minha geração.

E dá-lhe “Veja”. Uma vez por mês me ligam para saber se quero reativar minha assinatura, cancelada há mais de cinco anos. Pobres meninas. Quando perguntam por que cancelei, são obrigadas a ouvir a resposta.