SÃO PAULO (coisa feia) – Digamos que sou chato com os sopapos que a língua portuguesa leva diariamente, mas estou longe de ser intolerante. Para quem não a tem como instrumento de trabalho (escritores, jornalistas, editores), ok, erros acontecem, nem todo mundo escreve direito, muito menos num país como o Brasil. E ainda menos nestes tempos de internet, de “vlw”, “ae”, “naum” e “aki”. Aliás, quer que eu não responda a um e-mail, é só começar (ou terminar) com “vlw ae”.
Há o outro lado, como argumentou comigo outro dia o PVC, lá na TV, de que pelo menos os jovens agora estão escrevendo alguma coisa, algo que não faziam quando não existiam MSN, SMS e e-mails. É uma visão dos fatos, sem dúvida. Mas precisa escrever tão mal assim?
Bem, feito o longo preâmbulo (estou cheio de preâmbulos hoje), dizia eu que sou chato, mas não intolerante. Intolerante apenas com os que usam a língua como instrumento de trabalho (cheio de preâmbulos e repetitivo), e por isso não poderia deixar passar em branco o anúncio que reproduzo abaixo, da Shell, na contracapa da “Racing” que comprei hoje porque foi publicada uma matéria de duas páginas sobre a Superclassic.
É de doer. E de uma empresa do tamanho da Shell, que deve entregar sua conta a uma agência cara e cheia de publicitários moderninhos… A peça não tem a assinatura da agência, infelizmente. Mas quem aprovou, na Shell, também merece um pito.
O texto tem outros errinhos, mas pelo tamanho da reprodução não dá para ler. Errinhos que, diante da lenda “masculina”, são café pequeno.