SÃO PAULO (se pudesse voltar no tempo…) – Os franceses fazem carros esquisitos. Disso não há dúvida. E bons, também. O eleito de hoje para a premiadíssima seção “Carros que eu gosto” (e que poderia ter um subtítulo, “e ninguém mais gosta”) é o mítico Citroën DS.
Costumo dizer que carro que vira livro, ganha site, miniatura e fã-clube (e torcida organizada, e comunidade no Orkut, e um cara para tirar pó, e uma plataforma exclusiva) é que pode ser incluído na seleta lista de clássicos sobre rodas.
O DS sempre me fascinou. Meu pai chamava o bicho de carro-sapo. Nos anos 70 não eram tão incomuns pelas ruas de SP. Deixei de comprar um, anos atrás, por dez mil reais. E era wagon. Sou uma besta, mesmo.
A Citroën lançou o DS como sucessor do Avant, depois de 18 anos de pesquisas. Foi apresentado em 5 de outubro de 1955 no Salão de Paris. Nos primeiros 15 minutos de salão, a montadora já tinha tirado 743 pedidos. Ao final do dia, 12 mil.
A suspensão hidropneumática acionada por dentro do carro foi uma de suas marcas. Mas tinha muito mais, como o design exótico, aerodinâmico, direção hidráulica, freios a disco (acho que foi o primeiro com freios a disco na frente de fábrica).
Entre 1955 e 1975, a Citroën produziu mais de 1,5 milhões de DS e seus derivados. O carro mudou certos padrões da indústria no que diz respeito a dirigibilidade, distribuição de peso, tecnologia embarcada para melhorar a eficiência do automóvel como um todo.
Em 1999 alguém fez uma lista de “carros do século” e o DS ficou em terceiro lugar, perdendo apenas para (não, por incrível que pareça não tivemos DKW em primeiro e Lada em segundo) o Ford T e o Mini. No ano passado, a “Automobile Magazine” fez uma lista dos 100 carros “mais legais” do mundo e o DS ficou em quinto.
O Sapão entra na lista do Gomes em lugar de honra.
A maioria das informações deste post veio da gloriosa Wikipedia, que traz mais fotos e links interessantíssimos sobre o DS.