Blog do Flavio Gomes
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F-1 de cara nova

SÃO PAULO (tio Max não pára) – O assunto é extenso, mas vocês têm todo o fim de semana para comentar. O Conselho Mundial da FIA se reuniu ontem em Mônaco. Muita coisa vai mudar na F-1 nos próximos seis anos. Vou resumir o que decidiram. Em linhas gerais, GPMA e FIA querem que a […]

SÃO PAULO (tio Max não pára) – O assunto é extenso, mas vocês têm todo o fim de semana para comentar.

O Conselho Mundial da FIA se reuniu ontem em Mônaco. Muita coisa vai mudar na F-1 nos próximos seis anos. Vou resumir o que decidiram.

Em linhas gerais, GPMA e FIA querem que a F-1 tenha como objetivo promover pesquisas e desenvolvimento “relevantes” para a indústria automobilística (e “para a sociedade em geral”, oh!), e assim eliminar invencionices que não sigam tal critério; reduzir custos e garantir que os gastos mantenham “a imagem e a emoção da F-1 como categoria mais importante do automobilismo mundial”.

2007
– Regulamento já publicado, com destaque para o congelamento do desenvolvimento dos atuais motores V8 de 2,4 litros.

2008
– Regulamento publicado, mas existe a possibilidade de eliminação de apêndices aerodinâmicos (defletores, “winglets”, “chaminés”, etc.) no espaço contido entre o centro da roda dianteira e o centro da roda traseira. Traduzindo: limpeza geral nas laterais. Para isso, é preciso concordância de todas as equipes. Por se tratar de regulamento técnico, tem de haver unanimidade.
– Possível restrição de uso de túneis de vento ou de modelos em escala em túneis de vento e também de simuladores. Para isso, é preciso concordância da maioria das equipes. Como é regulamento esportivo, maioria simples basta.
– Mantido o congelamento dos motores.

2009
– Adoção de sistemas de reutilização da energia gerada nas frenagens.
– Redução de 50% da pressão aerodinâmica.
– Mudanças aerodinâmicas para facilitar ultrapassagens.
– Mantido o congelamento de motores e possibilidade de adotar o uso do conjunto motor-transmissão por quatro corridas, sem troca.

2010
– Adoção de sistemas que reaproveitem a energia desperdiçada em forma de calor para a propulsão dos carros.
– Adoção de sistemas que reutilizem a energia gerada pelos gases produzidos pelos sistemas de exaustão (escapamento) para a propulsão dos carros.
– Pacotes aerodinâmicos padronizados, total ou parcialmente (ou novas regras que estimulem pesquisas aerodinâmicas que tenham aplicação em carros de rua).
– Mantido o congelamento de motores e possibilidade de adotar o uso do conjunto motor-transmissão por quatro corridas, sem troca.

2011
– Possibilidade de adoção de novos motores para quatro corridas que incluem: turbo de alta eficiência; limite de fluxo de combustível; injeção direta; redução do tamanho dos motores para limitar seus giros a 15.000 rpm; biocombustível de uso livre, com limitação de fluxo máximo de energia em vez de fluxo de combustível.
– Chassis: maior redução ainda de pressão aerodinâmica; ênfase na performance dos carros em curvas desde que gerada por melhorias de chassis, suspensões e freios.
– Liberdade total para uso de sistemas eletrônicos que tornem o carro mais eficiente em termos de geração e aproveitamento de energia.
– Possibilidade de adoção de qualquer sistema eletrônico de ajuda aos pilotos (controle de tração, câmbio automático, etc.).
– Restrições de uso de novos materiais, para que eles sejam cada vez mais compatíveis com o que é aplicado em carros de rua.

2012
– Novo motor, aquele que tiver sido escolhido para 2011.
– Discussão de novas tecnologias a partir do princípio de que todas elas possam ser comercializadas entre as equipes e que sistemas relevantes estejam disponíveis para venda por preços razoáveis.

Como se vê, a preocupação da FIA é fazer com que a F-1 volte a servir como laboratório para a indústria automobilística. E que lidere as pesquisas sobre reaproveitamento de energia e uso de novos combustíveis.

Veremos uma F-1 bem diferente nos anos que vêm por aí.