Blog do Flavio Gomes
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Seu nome é Elena

SÃO PAULO (nossos tempos) – Elena, ucraniana, deve ter pouco mais de 30 anos. Seu pai é físico nuclear. Ela vive em Kiev. No dia 26 de abril de 1986, era uma garotinha soviética se perparando para os desfiles de 1º de maio. Que aconteceram, como se nada tivesse acontecido. Vinte anos depois, Elena é […]

SÃO PAULO (nossos tempos) – Elena, ucraniana, deve ter pouco mais de 30 anos. Seu pai é físico nuclear. Ela vive em Kiev. No dia 26 de abril de 1986, era uma garotinha soviética se perparando para os desfiles de 1º de maio. Que aconteceram, como se nada tivesse acontecido.

Vinte anos depois, Elena é uma moça que tem uma Kawasaki Ninja. E costuma ir a Chernobyl. Suas viagens estão neste site. Relatadas com incrível dramaticidade e fotos absolutamente chocantes daquilo que ela chama de “Pompéia de nossos tempos”: a área em torno de Chernobyl, “dead zone”, que foi evacuada depois do acidente nuclear de 1986 e que virou não uma, mas muitas cidades-fantasma. Região hoje habitada por lobos, javalis e, dizem, animais domésticos que se reproduziram e viraram selvagens. Zoólogo nenhum se animou a descobrir o que mais tem por lá.

As fotos das cidades abandonadas exatamente como estavam há 20 anos, com a população sendo tirada às pressas pelas autoridades soviéticas, são surreais. Elena diz que a radiação na região só desaparecerá em 48 mil anos. Mas em 600 anos, será possível viver lá de novo. “Eu acho que em 300 anos vai dar, mas meus amigos dizem que sou muito otimista”, escreve Elena, com fina ironia.

A dica do site, a quem agradeço muito, foi enviada pelo blogueiro Leonardo Mauro Jr. Ele também recomenda achar Chernobyl no Google Earth. Lá estarão barcos e navios abandonados há duas décadas, como se o tempo, naquele ponto do mundo, tivesse simplesmente parado.

A foto abaixo é uma das mais significativas desta incrível trip de Elena. Não deixem de ver e de ler tudo.