Blog do Flavio Gomes
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Grazie, Spagna

SÃO PAULO (quem foi, foi) – Foram quatro dias de imersão em nosso mundo, o dos carros, das corridas, e do passado de carros e de corridas. Em Interlagos, claro. Nosso Goodwood, como muita gente repetiu ao longo dos quatro dias, em êxtase diante de tanta coisa para ver, ouvir, sentir, conhecer. Não, não vou […]

SÃO PAULO (quem foi, foi) – Foram quatro dias de imersão em nosso mundo, o dos carros, das corridas, e do passado de carros e de corridas.

Em Interlagos, claro. Nosso Goodwood, como muita gente repetiu ao longo dos quatro dias, em êxtase diante de tanta coisa para ver, ouvir, sentir, conhecer.

Não, não vou ficar aqui fazendo um relatório descritivo do que foi o Clássicos de Competição. Porque foi muito mais do que apenas um evento. Cada um que esteve lá terá, certamente, algo para contar. Ou para lembrar, docemente, daqui a alguns dias, semanas, meses, anos.

Necessário é bater na tecla de que foi uma vitória, isso sim. Vitória de um grupo não muito grande de pessoas que abraçaram essa causa (sim, carro antigo e preservação da história é uma causa, um sacerdócio, uma missão) há poucos meses, e que ontem, enquanto o sol se punha pelos lados da represa, podiam olhar para Interlagos e dizer “eu fiz”.

Um grupo pequeno, mas ainda assim são várias pessoas, e não gosto muito desse negócio de colocar agradecimentos numa lista. Poderia (e deveria) começar, por ordem alfabética, com monsieur le président Alberto Reis. Mas ele já é presidente. Fiquemos apenas com um de seus súditos, então. O melhor deles: Sergio Spagnolo.

Nosso bravo piloto do Karmann-Ghia beringela (que volta em alguns meses, ninguém duvide), um dos mais rápidos da Superclassic nos últimos dois anos, abriu mão do maior prazer, guiar, para fazer.

Fez.

Perdeu noites, saúde, talvez dinheiro, mas fez. E fez com paixão, garra, dedicação. Tudo aquilo que a gente viu e viveu nesses quatro dias em Interlagos é a cara do velho Spagna — na verdade um garoto, um trator para trabalhar, pensar, organizar, peitar.

À sua generosidade, porque é preciso ser generoso demais para se entregar assim a algo que todos, menos ele, iriam aproveitar, devemos o “Clássicos”.

O mundo, me repete sempre meu manager Salomão, divide-se basicamente em duas categorias de gente. Os que falam e os que fazem.

Há também, eu acrescentaria, uma subdivisão dos que “fazem tanto que não têm nem idéia do que fizeram”.

Spagnolo está nessa aí.