Grazie, Spagna

SÃO PAULO (quem foi, foi) – Foram quatro dias de imersão em nosso mundo, o dos carros, das corridas, e do passado de carros e de corridas.

Em Interlagos, claro. Nosso Goodwood, como muita gente repetiu ao longo dos quatro dias, em êxtase diante de tanta coisa para ver, ouvir, sentir, conhecer.

Não, não vou ficar aqui fazendo um relatório descritivo do que foi o Clássicos de Competição. Porque foi muito mais do que apenas um evento. Cada um que esteve lá terá, certamente, algo para contar. Ou para lembrar, docemente, daqui a alguns dias, semanas, meses, anos.

Necessário é bater na tecla de que foi uma vitória, isso sim. Vitória de um grupo não muito grande de pessoas que abraçaram essa causa (sim, carro antigo e preservação da história é uma causa, um sacerdócio, uma missão) há poucos meses, e que ontem, enquanto o sol se punha pelos lados da represa, podiam olhar para Interlagos e dizer “eu fiz”.

Um grupo pequeno, mas ainda assim são várias pessoas, e não gosto muito desse negócio de colocar agradecimentos numa lista. Poderia (e deveria) começar, por ordem alfabética, com monsieur le président Alberto Reis. Mas ele já é presidente. Fiquemos apenas com um de seus súditos, então. O melhor deles: Sergio Spagnolo.

Nosso bravo piloto do Karmann-Ghia beringela (que volta em alguns meses, ninguém duvide), um dos mais rápidos da Superclassic nos últimos dois anos, abriu mão do maior prazer, guiar, para fazer.

Fez.

Perdeu noites, saúde, talvez dinheiro, mas fez. E fez com paixão, garra, dedicação. Tudo aquilo que a gente viu e viveu nesses quatro dias em Interlagos é a cara do velho Spagna — na verdade um garoto, um trator para trabalhar, pensar, organizar, peitar.

À sua generosidade, porque é preciso ser generoso demais para se entregar assim a algo que todos, menos ele, iriam aproveitar, devemos o “Clássicos”.

O mundo, me repete sempre meu manager Salomão, divide-se basicamente em duas categorias de gente. Os que falam e os que fazem.

Há também, eu acrescentaria, uma subdivisão dos que “fazem tanto que não têm nem idéia do que fizeram”.

Spagnolo está nessa aí.

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Edison Guerra
Edison Guerra
17 anos atrás

Efusivos parabéns ao Spagnolo.Cumprimentei-o no domingo,ao vê-lo batendo o escanteio e correndo para cabecear e fazer o gol.Foi a realização com perfeição de sua idéia,que lembro do seu primeiro comentário,quando da realização do farnel nos 500 km de Interlagos em Julho.Estávamos na Tribuna naquele frio dia,e ele começou a desvrever o que deveria acontecer.E aconteceu!
Mais vez,PARABÉNS!
Próximo projeto:uma Kombi na FClassic.Esperem pra ver.

LSalomão
LSalomão
17 anos atrás

Flavio…thanks pela lembrança, mas acrescente mais uma coisinha. Essa é uma t %!$&#situação em que se separaram os homens dos meninos, isto é, os homens fazem e os meninos aplaudem…e o Sergio foi bastante homem para agarrar esse evento com as unhas e lembro-me muito bem qdo. a um ano atrás veio ele com a idéia e houve discrensa em volta da mesma, mas aí é outra história…
Sergio vc não está em falta comigo, eu que tenho de bater palmas pra ôce pelo mérito!
LS

Zuquim
Zuquim
17 anos atrás

Parabéns pelo presente dado aos amantes da velocidade, Spagnolo!
Não fui, mas fiquei radiante com os comentários da Blogaiada que foi.
Valeu!

Roberto Brandão
Roberto Brandão
17 anos atrás

Cheguei a ficar preocupado com o SS. No primeiro dia, ainda alimentado à base de adrenalina, praticamente sem dormir, via o evento nascer.
Frases incoerentes, vozes de comando, organização.
Sérgio Spagnolo é Mackenzista e foi Presidente do Clube Automobilístico Horácio Lane (da Engenharia Mackenzie).
Ao saber disto, não tinha mais dúvidas. O evento seria muito bom. A escola era boa, garantida.
Quem conhece o Sérgio não se surpreendeu. O cara é bom.
No entanto, PARABÉNS, colega!

Romeu
Romeu
17 anos atrás

Grande Spagnolo!
Foi mesmo o incansável carregador de piano no evento.
Se desgastou emocionalmente preocupado com tudo o que podia acontecer.
No final deve ter visto a satisfação de todos, om o sucesso dos Classicos de Competição.
Um merecido sucesso, um premio por toda a sua dedicação.
Só tenho a agradecer a você Spagnolo, pelos 4 dias que você me proporcionou.
Tenho certeza que esse é tambem o pensamento de todos que lá estiveram.

JOSE CARLOS
JOSE CARLOS
17 anos atrás

CONHECI O SPAGNOLO EM FINAL DE 2005 A UNICA VEZ QUE VI O SUPERCLASSIC CORRENDO
SAI DE BH PRA CONHECER A CATEGORIA E ME SURPREENDI CO A ATENCAO DO MESMO E DO ALBERTO REIS
PARABENS SERGIO,SUA EMPREITADA FOI UM SUCESSO

joaquim
joaquim
17 anos atrás

Um gigante – e não me refiro ao tamanho – esse Spagna. Pilotou o evento com a mesma garra, técnica e competência como faz ao volante de seu Karmann Ghia que, aliás, está fazendo uma falta danada na SuperClassic. Um gigante, repito…

Pedro Paiva
Pedro Paiva
17 anos atrás

Encontrei o Spagnolo na bomba de combustível na sexta de manhã cedo. Acho que só tinha eu e ele no autódromo inteiro. Dava pra sentir a emoção dele em ver um evento desse nível realizado.