Blog do Flavio Gomes
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Isto é Brasil

SÃO PAULO (e é por isso que o Brasil é legal) – A grande dica do ano, na minha modesta opinião. Veio do blogueiro Francis Hime Gutemberg da Silva, de Ariquemes (RO), descendente direto de Johann Gutemberg, inventor do prelo. Francis me apresentou, em e-mail enviado ontem, a Corrida Nacional de Jericos. Às vezes tenho […]

SÃO PAULO (e é por isso que o Brasil é legal) – A grande dica do ano, na minha modesta opinião. Veio do blogueiro Francis Hime Gutemberg da Silva, de Ariquemes (RO), descendente direto de Johann Gutemberg, inventor do prelo.

Francis me apresentou, em e-mail enviado ontem, a Corrida Nacional de Jericos.

Às vezes tenho a sensação de que estou chegando atrasado em tudo, e por isso é bem possível que só eu, aqui, ainda não soubesse do que se trata. Não importa, adorei.

Os jericos são veículos que, pelo que entendi, nasceram no sul do Brasil na década de 70. Basicamente, um chassi de qualquer coisa equipado com um motor estacionário qualquer. Serviam no campo como caminhão, trator, pick up, ônibus, tudo. Sem registro, placa, IPVA, montadora, nada. Veículos brasileiros para brasileiros trabalharem.

Com a intensa migração de gaúchos, paranaenses e catarinenses para o norte do Brasil, nos anos 70, a “cultura do jerico” acabou sendo levada para terras distantes. O nome, li, teria surgido quando um gaúcho construiu o primeiro em Rondônia e os amigos disseram que era uma idéia de jerico.

E foi em Alto Paraíso, uma vila de 15 mil habitantes que virou cidade há 15 anos, a 200 km de Porto Velho, que os jericos ganharam o mundo. A cidade se proclama, mui justamente, a Capital Mundial dos Jericos.

E como tudo que tem roda e anda corre, é claro que surgiu um jericódromo, que há alguns anos é ocupado pelos jeriqueiros, os pilotos dos jericos. Uma pista de lama, muita lama, para os jericos disputarem suas corridas a não mais de 50 km/h.

A 6ª Corrida Nacional de Jericos está marcada para 11 de fevereiro. As fotos mostram que público é o que não falta. Mais do que as Mil Milhas, os 500 Km de Interlagos e todas as etapas do Paulista juntas.

Uma festa sensacional, e se você quer começar a conhecê-la, veja primeiro este clipe que tem até trilha musical da F-1.

Os jeriqueiros são bons de braço. A maioria usa capacete, mas alguns correm de boné. Macacão, luva, sapatilha? Que nada… Camiseta, calça rancheira ou bermudas e, em muitos casos, chinelos de dedos. O maior barato.

No site da cidade, tem três vídeos que mostram a essência do “jericomobilismo”. Que, na prática, é a essência da paixão pela competição a motor, seja ela como for.

Reserve 15 minutinhos de seu dia e veja os três, aqui, aqui e aqui. O tom da reportagem da TV local é outro espetáculo à parte.

Ganhei o dia com os jericos. Hasta mañana.