Blog do Flavio Gomes
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Superclassic, hoje

SÃO PAULO (deu pro gasto) – O grid estava gordo, pelo menos na Superclassic, e o feriado da Páscoa não intimidou ninguém: 24 carros largaram para a terceira etapa do campeonato, em Interlagos. Foram 6 na Divisão 1, 7 na Divisão 2 e 11 na Divisão 3. Aqui vale uma observação. Muita gente acha que […]

SÃO PAULO (deu pro gasto) – O grid estava gordo, pelo menos na Superclassic, e o feriado da Páscoa não intimidou ninguém: 24 carros largaram para a terceira etapa do campeonato, em Interlagos. Foram 6 na Divisão 1, 7 na Divisão 2 e 11 na Divisão 3.

Aqui vale uma observação. Muita gente acha que os motores AP estão prejudicando o campeonato, porque não são originais, são muito velozes, etc. É tudo verdade. Mas é verdade, também, que a D3 fica cada vez mais difícil.

Para quem gosta de números: hoje, quem largou na D1 tinha 83,3% de chances de pódio (são cinco que levam troféus); na D2, 71,4%; na D3, 45,4%. Mas eram 10 APs, quase metade do grid, e realmente é muito.

Em todo caso, ao relato. Neto Carloni (Puma/D2) fez a pole geral com 2min03s263. Na D3, seu pai César, com o Porsche Spyder, foi o mais rápido (2min04s0276). Na D1, Du Lauand, de Fusca (2min13s167). Ele foi o 17º na geral. Esse é o espírito da coisa: a D1 largar mais atrás, com carros mais lentos.

Eu fui muito mal na classificação, com 2min40s578. O último entre os que treinaram. Para um carro que já virou em 2min35s, dá para notar que as coisas não andam bem. O escapamento novo funcionou. Para fazer barulho. Todos adoraram. Mas não ajudou grande coisa. Talvez tenha atrapalhado. Difícil dizer, porque esse motor do #96 já está cansado. E eu dele. Do motor, digo.

Resolvi largar dos boxes, para não empacar no grid caso o motor morresse. Seria a mesma coisa, já que eu estava lá atrás. Passeei. Só queria chegar ao final, depois de dois abandonos. Como eram seis da D1 na pista, a chance de um trofeuzinho era boa. E começou a ficar concreta quando o Fiat do Luciano Simão perdeu algumas voltas nos boxes, arrumando não sei o quê. O Fiat dele é mais manhoso que o #96.

Eu, no entanto, não sabia que ele tinha perdido voltas. Ninguém abandonava, e nas minhas contas eu estava em sexto, mesmo. E com a pressão de combustível muito baixa a partir da quinta ou sexta volta. Um inferno. Em algumas curvas, caía a zero. Acho que eu estava com pouca gasolina no tanque, para piorar. A conta justa, mas a bomba não puxava.

Poupei o carro e fui levando, mas nas últimas duas voltas ficou impossível. No Bico do Pato o motor simplesmente cortava, sem gasolina, e eu precisava chacoalhar para a bomba pescar algumas gotas. Aí ele voltava a funcionar, mas esse morre-pega já estava me enchendo o saco. E faltavam duas voltas quando decidi acabar com aquele calvário.

Fui para os boxes, desliguei o motor e já estava saindo do carro quando meu mecânico, o Rafael, veio gritando e disse que eu estava em quinto, que um Fusca tinha parado. Eu não tinha visto nada. Mas ele garantiu que não tinha passado pela reta, portanto tinha parado. Não tive dúvidas, liguei o carro, e ele funcionou, o que é incrível, e voltei para a pista. Nem amarrei o cinto de novo.

O #96 foi engasgando, ganhou a reta oposta e lá no fundo, no Lago, vi o Fusca quebrado. Sensacional, quinto! Recebi a bandeirada no cheiro da gasolina, com o motor engasgando. Na subida da Junção morreu duas vezes. Não sei como curzou a linha. E quando completava a volta da consagração, acenando para o público, de novo na Junção o motor apagou e a gasolina acabou de vez.

Quando cheguei aos boxes, rebocado, ouvi no sistema de som que tinha ficado em quarto, por conta das voltas perdidas pelo Luciano. Uma tacinha, enfim. Desde julho do ano passado que eu não ia ao pódio. Minha melhor volta na corrida foi um vexame, 2min45s731. Mas pelo menos o #96 se esforçou. É alguma coisa.

Ganhou, na geral, Carloni pai com o Spyder, 5s812 à frente do Ricardo Malanga, de Puma-AP, que chegou a bater na classificação e andou rodando na corrida — vi pelo menos uma passeada na grama, mas o Malanga é bom de braço. Carlos Braz, com o Passatão renascido depois da panca na segunda etapa, foi o terceiro na geral. Os três primeiros, aliás, pilotos da D3. Neto Carloni, que estava na pole, quebrou na volta de apresentação. Gildo Antunes, do igualmente renascido Zé do Caixão, liderou as primeiras voltas, mas ficou sem embreagem e abandonou. Sebastião Gulla (Puma) e Rafael Preto (Chevette-AP) fecharam o pódio da D3.

Na D2, a vitória foi do fanfarrão Adriano Griecco, de Puma, para quem mandei o dedo do meio duas vezes na corrida, sem razão nenhuma. Só por mandar. Edson Furrier ficou em segundo, Walter Brunelli em terceiro (os três de Puma), João Caldeira (Porsche) em quarto e Waldevino Júnior (Puma) em quinto.

Na D1, ganhou o Du Lauand, imbatível em seu Fusca, seguido pelo Marcelo Giordano (de pintura e motor novos no seu Fiat), que não levou pão barês para o café da manhã. Antonio Mailho (Fusca) foi em terceiro, o #96 ficou em quarto e o Luciano Simão, em quinto. O Fusca que quebrou no fim foi do do Marcelo Lima. Acontece. Sei bem.

A turminha do blog apareceu. LucPeq avisou que vai casar e levou a esposa para provar que era verdade, Veloz-HP voltou das férias em Itanhanhanheném, Mestre Joa falou sem parar, Comendador Ceregatti quer colocar um motor de aspirador de pó no meu carro, ganhei alto-falantes Blaupunkt zerados do Edison Guerra, e estiveram lá o Reginaldo, o Romeu, o Bianchini e a turma de sempre.

Foi um bom sábado. Agora vou jantar.

Foto: Romeu Nadinha

Da esq. para a dir., Gomes, Giordano, Lauand, Mailho e Simão no pódio da D1; quem
entregou os troféus foi o impagável Luiz Salomão, jornalista e piloto de Okrasa.