SÃO PAULO (agora preciso escrever) – Só para abrir a discussão, é preciso registrar as grandes semelhanças entre o que está acontecendo na McLaren agora e o que aconteceu em 1988.
Senna desembarcou no time de Ron Dennis naquele ano como um jovem promissor tendo, como companheiro, um já bicampeão mundial consagrado, Alain Prost.
Ayrton chegou chegando, como se diz. E lá pela metade do ano, diante do encantamento do mundo com aquele garoto brasileiro que, na prática, tinha pela primeira vez a chance de ser campeão, Prost admitiu com um sorriso amarelo que não seria capaz de derrotá-lo.
Senna não era uma novidade integral, afinal partia para sua quinta temporada na F-1. Mas provocava no público as mesmas reações de simpatia que Hamilton: o jovenzinho contra o campeão, num time grande, sem medo de cara feia.
Lewis é estreante e enfrenta, em sua primeira temporada, um outro bicampeão, Alonso. Que pode não ser nenhum veterano em fim de carreira pela idade, mas já está em seu sétimo ano de F-1 (em 2002 foi apenas piloto de testes). Ganha dele, abre um sorriso juvenil a cada pódio e conquista o mundo.
Tudo isso na mesma equipe.
Hamilton x Alonso é a versão século 21 de Senna x Prost. Aquele duelo não acabou muito bem, os dois tornaram-se inimigos, odiavam-se. Era bom para a imprensa, um prato cheio, mas ruim para o ambiente.
O que vai acontecer com Lewis e Fernandinho, só o tempo dirá, etc. e tal.
