Blog do Flavio Gomes
Sem categoria

Uma corrida, finalmente

SÃO PAULO (feliz) – Foram tantas emoções, diria Roberto Carlos… Bem, até que enfim uma corrida decente nesta temporada. Que só foi boa porque coadjuvantes como Albers, Sutil e Liuzzi se encarregaram de jogar o safety-car na pista um monte de vezes. Por conta das confusões, tudo aconteceu. De normal, apenas a vitória de Hamilton […]

SÃO PAULO (feliz) – Foram tantas emoções, diria Roberto Carlos…

Bem, até que enfim uma corrida decente nesta temporada. Que só foi boa porque coadjuvantes como Albers, Sutil e Liuzzi se encarregaram de jogar o safety-car na pista um monte de vezes.

Por conta das confusões, tudo aconteceu. De normal, apenas a vitória de Hamilton (seis provas, cinco poles ganhando) e, vá lá, o segundo de Heidfeld, pela largada.

O resto foi uma zona só. Wurz no pódio com a Williams e apenas uma parada. Alguém apostaria?

Sato jantando Alonso no fim, alguém imaginaria? Vibrei com a ultrapassagem. Fazia tempo que não vibrava com nada na F-1. Vibrei como se a Portuguesa tivesse feito um gol.

Pitacos:

– Massa e Fisichella desclassificados… Montoya fez o mesmo em 2005. O semáforo é grande. Bobeada de ambos. Acontece, mas o preço para Felipe é alto, porque ele disputa o título.

– Raikkonen se arrastando. Está aí um grave erro de avaliação de todos que cobrimos F-1. Quem és tu, Kimi? Para reverter a imagem estragada em meia-duzia de GPs, vai precisar ganhar umas três provas seguidas. Ser frio, tudo bem. Mas guiar como um banana, sorry. Está em débito.

– E Alonso? Barbeirando feito um novato, entrando em parafuso diante do primeiro companheiro de equipe veloz que pegou pela frente. Foram erros a granel, a partir da largada, até ser humilhado por Sato (sim, estava sem freio, mas azar dele). Sétimo colocado, outro em débito. É um gênio? Bem, ganhou dois títulos em cima de Schumacher. Pode estar vivendo um mau momento. Mas que pirou, pirou.

– Rubens… Pobrecito, esforçado, valente, andou em terceiro com aquela porcaria de carro. Mas por que não parou no safety-car? Não chegaria ao pódio, mas poderia pelo menos levar para casa a recompensa dos pontos. De qualquer forma, e pode até parecer paradoxal porque não pontuou ainda, está com crédito. Eu achava que a carreira dele terminaria no fim do ano. Mas está fazendo por merecer uma renovação.

– Os nomes da prova, fora Hamilton? Wurz e Sato, primeiro. Depois, Kovalainen e Ralf, apesar de tudo.

– Sobre Kubica: não fosse o HANS, estaria sendo sepultado agora, Quebrou a perna. Vettel deve correr. Foi pavoroso, o acidente. E imperdoável, para a F-1 como um todo, ocultar as imagens de sua retirada do carro. Uma agonia pavorosa. Vettel deve correr em Indianápolis. Outro para quem a sorte sorri inesperadamente. Esse menino é muito bom.

– Por fim, Hamilton. Eu escrevi, duas semanas atrás, que ele não é nenhum ET. Pode até vir a ser, mas ainda não é. Sustento a tese, não por teimosia, mas por coerência. Claro está que é talentoso e acima da média. Afinal, está enlouquecendo um bicampeão formidável como Alonso. Mas continua se valendo do equipamento que tem. Um de meus argumentos era que ainda não tinha pole, nem vitória. Agora tem. As duas coisas. Está trilhando um belo caminho. Pode até ser campeão. O que fará dele, sim, um extraterrestre para os padrões do esporte. Não é qualquer um que ganha um título no ano de estréia.

Continuo vendo em Hamilton a síntese da F-1 de hoje. Um piloto preparado, muito bem preparado, rápido e quase infalível. Ainda não foi submetido a nenhuma grande pressão, mas agora será. Afinal, é líder isolado do Mundial. Gosto muito do seu estilo. E, mais ainda, de sua história pessoal.

Não tenho o hábito de torcer por piloto algum. Não é essa minha função. Mas vejo com enorme simpatia o surgimento desse rapaz. É um piloto limpo e uma pessoa de grande valor. Faz bem para o esporte um atleta com tal trajetória.

– O GP do Canadá, em resumo, me deixou feliz. Gosto de corridas. Adoro boas corridas.