Blog do Flavio Gomes
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Kimi, finalmente, nota 10

SÃO PAULO (e tudo aberto ainda) – Poucas emoções, mas não tão poucas assim. O GP da França não foi dos piores. Como sempre digo, há certa beleza numa vitória estratégica e construída metro a metro, e foi assim que Raikkonen ganhou. Ao encaixar três ótimas voltas no tempo em que ficou na pista a […]

SÃO PAULO (e tudo aberto ainda) – Poucas emoções, mas não tão poucas assim. O GP da França não foi dos piores. Como sempre digo, há certa beleza numa vitória estratégica e construída metro a metro, e foi assim que Raikkonen ganhou. Ao encaixar três ótimas voltas no tempo em que ficou na pista a mais que Felipe Massa, antes do segundo pit stop, faturou a segunda no ano.

O brasileiro pode se queixar da sorte, sim. É verdade que pegou tráfego, e isso atrapalhou. Mas como diz o filósofo Bambam, mais recente pensador tupiniquim, faz parte.

Raikkonen se recoloca na briga pelo título, sem dúvida. Mais porque a autoestima cresce do que propriamente pela pontuação. Hamilton, em terceiro, foi a 64 pontos e tem 22 de vantagem para o finlandês. Que, por sua vez, está 5 atrás dos 47 de Felipe.

Alonso, pobrecito, foi o showman do dia, mas sem grande resultado. Largou bem, se safou do acidente entre Trulli e Kovalainen, teve áspera disputa com Heifeld, fez sobre este linda ultrapassagem, depois embrenhou-se num encarniçado duelo com o ex-companheiro Fisichella, e no fim chegou atrás de ambos, em sétimo. Teve trabalho, lutou muito, mas levou para casa míseros dois pontinhos.

Aos pitacos, para não encher mais linguiça:

– Raikkonen foi aquele Raikkonen da McLaren. Preciso, rápido, quase cirúrgico. Pode atribuir a vitória à boa largada. Se fica atrás de Hamilton, bye.

– Pela primeira vez no ano o piloto que fez a primeira curva na frente não ganhou.

– Pela segunda vez no ano o pole não venceu. Em ambas, o pole em questão foi Massa. Que, desta vez, ao contrário do que aconteceu na Malásia, largou bem. Mas se deu mal depois da segunda parada.

– “Por que a Ferrari não deixou Massa atacar?”, vão bradar os pachecos de plantão. Gozado. Será que depois de tantos anos acompanhando corridas as pessoas ainda não perceberam que em equipes grandes de pilotos ajuizados as posições DEPOIS do segundo pit stop são SEMPRE mantidas? Exceto em casos excepcionais, evidentemente. Mas em time de ponta é e sempre foi assim: até a segunda parada, briguem com suas armas e se virem. Depois dela, fiquem onde estão e não nos encham o saco. (É assim mesmo que eles falam, porque piloto enche o saco, de vez em quando.)

– Hamilton largou mal, mudou a estratégia para três paradas, fez sua primeira ultrapassagem em corrida (sobre Kubica) e ficou na dele. Levou o oitavo troféu para casa e segue firme, apostando primeiro na regularidade, depois no resto.

– Kubica e Heidfeld recolocaram a BMW Sauber em seu lugar. Nick fez bela corrida. O polonês narigudo também, mas talvez desse para beliscar um pódio, com as três paradas de Hamilton.

– Fisichella deve ter delirado de prazer na frente de Alonso por tantas voltas.

– E a Honda fez um ponto! Mas foi com Button, não com Barrichello. Pobre Rubens. Na Stewart, sempre foi melhor que todos seus companheiros de equipe. Mas quando o time conseguiu vencer, foi com Herbert. Na Honda, foi melhor que Jenson o ano todo. E o primeiro ponto foi para o inglês.

– Oito corridas, duas equipes e quatro pilotos dividindo tudo. Duas vitórias para cada: Hamilton, Alonso, Massa e Raikkonen.

– E persiste o tabu brasileiro na França. Apenas uma vez um brasileiro venceu o GP do escargot e das baguetes, em 1985, com Nelson Piquet. E foram apenas três poles (Senna em 1986, Barrichello em 1999, Massa ontem). Além do mais, a seleção perdeu uma Copa lá. O que será que acontece com os brasileiros na França? O único que se deu bem por lá foi o Guga.

– Adieu, Magny-Cours.

GP DA FRANÇA – RESULTADO FINAL