Blog do Flavio Gomes
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Nas asas do SAAB

SÃO PAULO (interessantíssimo) – Muita gente ficou curiosa para saber mais sobre o SAAB que foi postado aqui ontem, aquele vermelhinho 1966 que apareceu no autódromo em Londrina. Belíssima restauração do Braz D’Aquino, nosso Barry Gibb do Paraná. O SAAB é um carro que tem história curiosa. Alimento certa atração por esses modelos, especialmente porque […]

SÃO PAULO (interessantíssimo) – Muita gente ficou curiosa para saber mais sobre o SAAB que foi postado aqui ontem, aquele vermelhinho 1966 que apareceu no autódromo em Londrina. Belíssima restauração do Braz D’Aquino, nosso Barry Gibb do Paraná.

O SAAB é um carro que tem história curiosa. Alimento certa atração por esses modelos, especialmente porque sua motorização é igual à dos DKWs: três cilindros, dois tempos. Isso até 1966. De 1967 a 1982, salvo engano, motor V4 quatro tempos derivado de um projeto que a Ford abandonou.

A SAAB, sueca, fazia aviões até acabar a Segunda Guerra, e diz uma lenda que 20 engenheiros se reuniram ao fim do conflito, olharam um para a cara do outro e perguntaram: “E agora, Olof?”.

Agora vamos fazer carros, disse um deles, mas 16 dos cabras não tinham sequer carteira de motorista. Antes de se decidir pelos carros, a SAAB cogitou também fazer motos, ou caminhões, ou cozinhas pré-moldadas. Como se vê, a convicção não era muito grande.

Mas como a Europa estava detonada, a SAAB resolveu desenvolver um carro barato e econômico, e em 1946 ficou pronto o primeiro protótipo, o UrSAAB, que parecia uma asa de avião. Desenvolvido em túnel de vento, ficou pronto em 1946, montado com um motor DKW de dois cilindros. Todos acharam o carro meio esquisito, até que um dos engenheiros decretou: “Se economizar gasolina e custar pouco, ninguém vai ligar que se parece com um sapo!”, disse o sujeito — o relato está nesse link indicado, do Museu SAAB.

Em 1949, depois de 530 mil km de testes com os três primeiros protótipos, foi apresentado o modelo 92, descendente direto, nas linhas e concepção, do UrSAAB. Então vieram os modelos 93 e 96, e assim a SAAB atravessou as décadas de 50, 60, 70 e comecinho dos anos 80. Se você olhar o primeiro carrinho, da década de 40, e o último, verá que o perfil é o mesmo.

O simpático dois tempos começou a fazer fama internacional quando Erik Carlsson ganhou três vezes seguidas o Rallye RAC, na Inglaterra, e depois papou duas vezes em Monte Carlo. Na geral. Isso tudo entre 1960 e 1963.

Veio o modelo Sport, 850 cc, e depois o Montecarlo, para comemorar as vitórias de Carlsson. Antes dele, uma moça bonita chamada Greta Molander também arrepiou com os carrinhos barulhentos e valentes nas pistas.

Selecionei alguns YouTubes saabísticos para deleite de Vossas Senhorias, que podem ser apreciados ao longo da tarde, porque daqui a pouco me enfio num estúdio da Eldorado-ESPN e blog, só amanhã.

Divirtam-se com este automóvel interessantíssimo. Tão interessante que se disserem que eu estou atrás de um, negarei até o fim dos tempos. Afinal, tenho mulher e filhos.

– Uma sinfonia em dois tempos.

– Um rali histórico na Suécia em 2005.

– Mais um rali de históricos na Suécia com vários modelos, entre eles alguns 96 (nossa, que coincidência esse número…).

– SAABs correndo na Suécia, em pista de asfalto. Vejam como faz curva, o bichinho.

– Na América um SAAB-maníaco e seu brinquedinho barulhento e fumacento.

Abaixo, algumas fotos que compõem um bom painel sobre este carro que, se eu pudesse, colocaria na sala de casa. O problema é que não cabe no elevador.


Erik Carlsson, meu herói, num rali na África


Restauradinho, configurado para um rali de clássicos na Bélgica


Sim, no Japão eles também curtem o modelito


Destemido, enfrentando a poeira em mais um rali


Carlsson já velhinho, em 1987, com o carro que ganhou Monte Carlo


Greta Molander, minha heroína (adoro essas minas que aceleram)