Blog do Flavio Gomes
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Ladaland (quinta)

SÃO PAULO (vamos torcer) – Recebo e-mail de famoso blogueiro com notícias preocupantes que merecem toda nossa solidariedade. Reproduzo, para que possamos fazer uma corrente por nossos amigos. Kamarada Gomes, escrevo às pressas, pois tivemos de deixar nosso lar em Baranavichy, na Bielorrússia. Ocorre que dada nossa popularidade depois da conquista do título mundial de […]

SÃO PAULO (vamos torcer) – Recebo e-mail de famoso blogueiro com notícias preocupantes que merecem toda nossa solidariedade. Reproduzo, para que possamos fazer uma corrente por nossos amigos.

Kamarada Gomes, escrevo às pressas, pois tivemos de deixar nosso lar em Baranavichy, na Bielorrússia. Ocorre que dada nossa popularidade depois da conquista do título mundial de hóquei pelo time de nossos filhos adotivos, alguns imperialistas oportunistas saíram pela cidade vendendo rifas de nosso carro, um belo Lada impecável, todo original, pneus meia-vida, cinco marchas, completinho. Daquelas rifas de cartelinha, com nomes de mulheres: Alina, Alisa, Alexandra, Anastasya, Anna, Antonina, Barbara, Bogdana, Valeriya, Valentina, Viktorya, Veronika, Galina, nomes lindos, sonoros, meigos. Mas não fomos avisados, e depois de vendidas 259 cartelas, os picaretas desapareceram. Amanhecemos com milhares de camponeses diante de casa, bradando suas foices com toda razão. Eles acabaram com nossa lavoura de bauxita, mel e agrião tentando invadir a casa. Tivemos de fugir pelos fundos. Vendemos o carro no meio do caminho e compramos outro, do mesmo nível. Neste momento seguimos com proa norte rumo à Lituânia, que ainda não foi contaminada pelo Ocidente. O problema é que a gasolina acabou no meio do caminho e tivemos de comprar um veículo com menos HP para carregá-lo até a próxima cidade. Está dando tudo certo, apesar do susto. Tive de deixar crescer o bigode de ontem para hoje e minha noiva canadiana disfarça-se com um garboso gorro de lã. Mandaremos notícias. Orem por nós, embora a religião, como se sabe, seja o ópio do povo. Assinado, Leandrov Alfonsov

Estamos todos apreensivos, embora a expressão de nossos amigos demonstre certa tranquilidade. Acho que o pior já passou.