Blog do Flavio Gomes
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Ladaland (sexta)

SÃO PAULO (pode dar certo) – Recebo e-mail de famoso blogueiro com teor tranquilizador, depois dos percalços sofridos na Bielorrússia. Injustamente, diga-se, pois que nosso amigo e sua noiva canadianda nada fizeram de errado, embora haja suspeitas de que as cartelas da rifa tenham sido confeccionadas em sua impressora HP. Kamarada Gomes, folgo em dizer […]

SÃO PAULO (pode dar certo) – Recebo e-mail de famoso blogueiro com teor tranquilizador, depois dos percalços sofridos na Bielorrússia. Injustamente, diga-se, pois que nosso amigo e sua noiva canadianda nada fizeram de errado, embora haja suspeitas de que as cartelas da rifa tenham sido confeccionadas em sua impressora HP.

Kamarada Gomes, folgo em dizer que deu tudo certo em nossa longa travessia desde a já saudosa Bielorrússia até Marijampole, na Lituânia, onde fixamos residência. Cumpre relatar que conseguimos atravessar a fronteira com o veículo sobre a carruagem, e como não tínhamos papéis tivemos de deixá-lo para os representantes aduaneiros do povo lituano, que prometeram colocá-lo a serviço da população, o que muito nos aliviou. Alegremente adentramos o território deste belo país báltico, onde imediatamente nos instalamos no vilarejo supracitado. Estamos cultivando argila, cascalho e areia para exportação, mas é ainda negócio incipiente. Por isso estamos nos dedicando também à agropecuária, plantando vacas. Felizmente nossas economias foram suficientes para que adquiríssemos automóvel zero quilômetro, especialmente fabricado para o transporte de cabeças de gado. A foto que anexo a esta mensagem é histórica: nossa primeira carga sendo entregue ao principal açougue de Vilnius, a capital, que fica um pouco distante, mas a ela se chega fácil pelas belas estradas lituanas. Como se nota, não consigo disfarçar a felicidade ao volante do possante, ou “possan”, como diz minha noiva canadiana com seu inconfundível sotaque de Québec. Enviei telegrama ao presidente Valdas Adamkus agradecendo a hospitalidade de seu país, que já consideramos nosso. Creio que fixaremos raízes aqui por muito tempo, pois nunca encontramos lugar tão belo na face da Terra. Convertemo-nos ao catolicismo-agnóstico, religião predominante em nossa cidade. Pretendemos, agora, abrir uma igreja. Saudações, Leandrov Alfonsov.

É uma bela imagem, disso não há dúvidas. O trabalho dignifica o homem, e dada a baixa taxa de desemprego na Lituânia, não me surpreende a rápida adaptação de nossos amigos a esta nova realidade. Esperamos pelo convite para um churrasco.