Blog do Flavio Gomes
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Senna inédito

SÃO PAULO (ao menos para mim) – Fabulosa esta descoberta do Petrus Portilho no YouTube. São dois vídeos de cinco minutos cada de um teste que Senna fez pela Williams em 28 de fevereiro de 1994 em Paul Ricard. Imagens totalmente amadoras, que mostram a dura rotina de um teste de inverno, mesmo para um […]

SÃO PAULO (ao menos para mim) – Fabulosa esta descoberta do Petrus Portilho no YouTube. São dois vídeos de cinco minutos cada de um teste que Senna fez pela Williams em 28 de fevereiro de 1994 em Paul Ricard.

Imagens totalmente amadoras, que mostram a dura rotina de um teste de inverno, mesmo para um piloto como Ayrton. Na época não existiam esses testes apenas coletivos, as equipes treinavam sozinhas, onde dava, quando quisessem.

Senna estava conhecendo o FW16 e se habituando a um carro que nasceu para ser eletrônico mas, por força do regulamento, teve de ser adaptado aos mecanismos mais convencionais de suspensão, câmbio, transmissão, direção.

São imagens raríssimas, com ótimo som (o motor Renault, inconfundível; esses V8 “fininhos” de hoje são meio sem-graça), e aparece até um repórter que me parece ser o Pedro Bial. Sei lá, posso estar viajando.

Um barato, também, o uso de boxes improvisados pela Williams. Não sei bem por quê eles não usaram os pits convencionais.

Lembro como se fosse hoje do primeiro teste do Senna com a Williams no Estoril, janeiro, um frio dos diabos, ele fez umas fotos com Hill (essa imagem acima é um desenho daquela apresentação) pela manhã e começou a trabalhar para valer imediatamente, porque queria acelerar ao máximo o desenvolvimento do carro e o entrosamento com o time. Depois das primeiras voltas, saiu do cockpit e, por acaso, eu estava nos boxes (outros tempos, a gente entrava nos boxes) me abrigando do vento e fui o primeiro a cruzar o olhar com o cabra. Ele tirou o capacete e eu disse, sem elaborar muito a pergunta: “E aí?”.

Aí que Ayrton fez uma cara de quem comeu e não gostou e disse: “Puta merda, bem na minha vez cagaram no carro”. Não tinha gostado, mesmo, aquela Williams era meio complicada sem suspensão ativa, controle de tração, câmbio automátivo e outras traquitanas que a FIA proibiu para 1994.

Bom, essa história eu já tinha contado, é velha. Enfim, perca dez minutinhos nos vídeos. É estranho olhar para aquele carro e saber que dois meses depois ele seria o esquife do melhor piloto que o Brasil já teve.

Os links estão aqui: primeira parte; segunda parte.