BELO HORIZONTE (Mercearia do Lili: conheçam) – Uma história deliciosa sobre Niemeyer me foi contada pelo grande Zé Rodrix, miniaturista-fotógrafo-antigomobilista do Rio, que tentarei reproduzir.
Alguns anos atrás, não muitos, a Fiat encomendou o projeto de um novo prédio a Oscar, que o fez, entregou, e ficou esperando. Passado algum tempo, a Fiat entra em contato e avisa que infelizmente os planos de fazer o tal prédio haviam sido cancelados, mas queriam, claro, pagar pelo projeto.
Niemeyer, que nunca ligou muito para dinheiro, disse que deixassem para lá, tudo bem, não queria receber nada. A Fiat insistiu, insistiu, até que, sem conseguir convencer o arquiteto a receber, ofereceu um carro. É só escolher, o carro que quiser.
Se não liga para dinheiro, imagine para carro. Niemeyer declinou, disse que não se incomodassem, mas a Fiat insistiu, insistiu, até que descobriu que Oscar tivera um Alfa Romeo 2300, aquele brasileiro. E a montadora resolveu dar um presente a ele.
Por meses, saiu à caça de peças originais zeradas da Alfa 2300, em todas as revendas do país. E conseguiu montar um carro zero quilômetro, anos depois de ele já ter saído de linha. O chassi foi numerado, um número acima do último fabricado. E Niemeyer recebeu sua Alfa zero.
Diz a lenda que emprestou a um amigo, e ninguém sabe direito onde está esse carro. Seria um achado e tanto. Se alguém puder confirmar a história (não que eu duvide de Zé Rodrix; mas sempre pode aparecer um cabra neste blog que, sei lá, trabalha na Fiat, ou trabalhou, e pode ter mais detalhes), qualquer relato é bem-vindo.
Aproveitando o ensejo, tem mais uma ótima entrevista com Niemeyer no blog do Paulo Henrique Amorim.