32114 (mas não vai dar) – Mencionei dia desses o abacaxi literário que resolvi trazer na mala, “Código da Vida”, do jurista Saulo Ramos.
O livro é ruim, como disse. Entre outras bobagens, o autor se vale do recurso infanto-juvenil de criar um personagem (“Gervásio”, que ele diz existir) para colocar na boca de outros aquilo que ele pensa.
Não cheguei nem à metade, estou longe, ainda. Já havia ficado espantado ao descobrir que foi Saulo Ramos quem fez de Jânio Quadros governador e, consequentemente, presidente. E que por causa dele, então, houve a renúncia e o golpe de 64.
Foi ele também quem “criou” Mario Covas, garantiu a posse de José Sarney, escreveu metade da Constituição e derrubou Fernando Collor. É, sem dúvida, o personagem mais importante da história contemporânea do Brasil. Porque, nos últimos capítulos, além disso tudo, Saulo Ramos conta também que foi a primeira pessoa no mundo a se preocupar com a Amazônia e que salvou Fernando de Noronha da destruição. Só temos a agradecer ao Saulo Ramos.
Tenho até medo do que está por vir. Teria Saulo Ramos escalado o Pelé para a Copa de 70? Seria ele o criador do “Fantástico”? Ou consultor de Joãosinho Trinta? Guru do Bernardinho? Treinador da Daiane? Diretor de “Tropa de Elite”?
Será que devolvem meu dinheiro, se eu for à livraria?