SÃO PAULO (triste, triste) – Recebo receituário médico de famoso blogueiro que tem cuidado de almas atormentadas no Leste. Seu esforço merece nosso aplauso, embora nem sempre ele seja bem-sucedido.
Kamarada Gomes, como vai? As coisas aqui no Uzbequistão não andam muito bem. As pessoas se sentem preteridas pelas benesses oferecidas às repúblicas bálticas e a economia tropeça a cada dia nos problemas do capitalismo selvagem. Faltam emprego, cenouras e cafeteiras elétricas. E bons médicos. Como se sabe, eu e minha noiva canadiana nos formamos em Psicologia Mecânica pelo Instituto Universal Brasileiro. Estamos atendendo de graça ao nosso povo, que a nós chega com histórias muito tristes e melancólicas. O instantâneo registra um automóvel que faz parte de um grupo suicida recebendo uma consulta deste que vos fala. Infelizmente não convenci nenhum dos três a manterem seus freios de mão puxados. Foi uma grande derrota. “I lost them”, eu disse quando cheguei em casa. Ficamos deprimidos. Conto com a solidariedade de vocês, aí no Ocidente. Leandrov Alfonsov
Olha, me desculpe o psicólogo, mas permitir o suicídio nesse caso é imperdoável.
