SÃO PAULO (fumaça…) – Fez uma bela pole. Largou bem. Mas para não perder a posição para Raikkonen no primeiro pit stop, era preciso andar mais na primeira parte da corrida. Depois, parece que arrefeceu. Até rodar sozinho e atolar na brita.
(As tentativas de arranjar desculpas para ele nas vozes oficiais foram patéticas. Embora, faça-se justiça, o narrador tenha sido quem menos se preocupou em absolvê-lo, atribuindo a rodada à umidade relativa do ar, ou ao barulho dos aviões no aeroporto vizinho.)
Felipe vai mal. Duas corridas, zero ponto. E dois erros embaraçosos. Todo mundo erra, mas erro na F-1 tem peso, e erro em equipe grande de F-1 tem peso multiplicado.
Vou dormir antes de ouvir a entrevista elaborada pela assessoria da Ferrari, e por isso ficarei com a frase única ouvida até agora: “Strange feeling”.
É realmente um sentimento estranho girar dentro de um carro, empacar na caixa de brita e ficar na contramão numa corrida de automóveis.
Mais tarde, se for comprovado que uma jaguatirica atravessou a pista, ou uma capivara se interpôs entre o carro e a zebra, ou ainda que a suspensão traseira foi montada na dianteira, ou que inverteram os pedais de freio e acelerador, prometo voltar aqui e pedir desculpas pelas minhas gracinhas.