Blog do Flavio Gomes
Sem categoria

foi-se o romeuzinho

SÃO PAULO – Acabo de receber a notícia da morte de Romeu Siciliano, um dos pioneiros do antigomobilismo brasileiro, um querido amigo, inesquecível, a quem qualquer homenagem será pequena. Pouco mais posso dizer do que “forza” ao João, seu filho, e às meninas que cuidam com tanto carinho do museu e de tudo aquilo que […]

SÃO PAULO – Acabo de receber a notícia da morte de Romeu Siciliano, um dos pioneiros do antigomobilismo brasileiro, um querido amigo, inesquecível, a quem qualquer homenagem será pequena.

Pouco mais posso dizer do que “forza” ao João, seu filho, e às meninas que cuidam com tanto carinho do museu e de tudo aquilo que o pai juntou ao longo de décadas.

De Romeu guardarei doces memórias. E, na garagem, algumas coisinhas que me vendeu sem se importar com minha dureza endêmica, apenas pelo prazer de não decepcionar o brilho nos meus olhos. “Faz dez chequinhos aí, leva pra casa”, ele sempre dizia, e eu levava.

Foi o Mahar quem avisou, e deixo aqui sua mensagem. Linda nas palavras, triste em tudo.

E foi-se o Romeuzinho…

Esta noite fria levou um amigo, companhheiro e, por que não dizer, idolo do nosso mundo de anacronismos rodantes e coisas velhas. Pena que os que amamos não sejam como os carros, que se restauram e duram infinitamente. Talvez seja por perecer que os amigos de uma fé inquebrantável causem uma lágrima furtiva como a que rola-me à face…

Romeu Siciliano foi um dos pioneiros na preservação desse instrumento tão forte na vida do ser humano, o automóvel. Toda sua vida foi como a de tantos de nós, que fazem outra coisa: são médicos, engenheiros e comerciantes, mas só para sustentar a fé e o vício da graxa ressecada, do platinado e da restauração. Andate in pace, fratello, ché la nostra mancanza ti accompagnerá per le strade dal cielo, mio vecchio italiano!

José Rezende Mahar