Blog do Flavio Gomes
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500

SÃO PAULO (eu quero é saber da Lusa!) – Acho que não dei a devida atenção às 500 Milhas de Indianápolis neste mês, mas não é por isso que temos de deixar a corrida passar em branco, não é mesmo? Pois assisti a boa parte da prova, vencida pelo Scott Dixon, da Ganassi, equipe que […]

SÃO PAULO (eu quero é saber da Lusa!) – Acho que não dei a devida atenção às 500 Milhas de Indianápolis neste mês, mas não é por isso que temos de deixar a corrida passar em branco, não é mesmo?

Pois assisti a boa parte da prova, vencida pelo Scott Dixon, da Ganassi, equipe que voa em ovais longos e deixa os outros chupando o dedo.

O melhor da corrida foi a baixinha invocada Danica Patrick querendo dar uns cascudos na besta do Ryan Briscoe, barbeiro de quinta, que bateu nela no pit-lane. E o segurança grandão para segurar a Danica? Demais, demais!

Sobre a corrida, o final foi bacana e o melhor brasileiro foi Vítor Meira, em segundo. Hélio Castroneves terminou em quarto, Jaime Câmara bateu, Tony Kanaan também (e xingou o filho do chefe, Marco Andretti) e os demais (Junqueira, Moraes e Bernoldi — se bem que na TV havia mais dois, Bernold e Bernoidi) ficaram lá para trás.

E a TV? Ah, a TV… Abaixei o som quando a emissora oficial disse que o Vitinho merecia ganhar, assim como o Helinho e o Tony também, se não tivesse batido. Merecíamos um empate tríplice! Não, o Dixon não merecia ganhar, se o cara não for brasileiro não merece ganhar nada. Imagina, um neo-zelandês… Como é que ousa derrotar um brasileiro?

Está cada vez mais insuportável acompanhar transmissões esportivas por aqui. De corrida de carro, então… Não há mais narradores, comentaristas e repórteres dispostos a descrever e a explicar ao pobre do telespectador o que está acontecendo na pista — e não foi sempre assim, acreditem. O que eles todos fazem, única e exclusivamente, é torcer para os pilotos brasileiros — por obrigação profissional, interesses pessoais, ou babaquice, mesmo.

E ficam nos dizendo, a cada cinco minutos, que temos de fazer o mesmo. O resto não existe. Se chuva for bom para brasileiro, que chova. Se for ruim, que não chova. Se o cara se arrebentar no muro para um brasileiro ganhar, que morra. Os exemplos são muitos e conhecidos.

E chega-se ao cúmulo de termos de torcer, pois, por um empate tríplice — sob o comando do comentarista que é dono dos direitos de transmissão da categoria para o Brasil, e por isso ela é a melhor do mundo, e de um narrador que poderia informar aos seus telespectadores que o Vitinho é sobrinho (corrigido; eu tinha dito que é filho, errei) do vice-presidente da emissora, o que desvendaria o enigma de sua paixão pelo rapaz.

Ou, então, ao absurdo de achar legal a batida do Kimi no Sutil, porque isso “foi bom para o Barrichello”.

Dane-se o Sutil.

Dane-se o Dixon.

Dane-se o esporte.

Sorry, amiguinhos, mas vocês viraram o fio.