Mas muita coisa me encanta. Como não se encantar com as luzes, os sons, as pessoas iluminadas, o pergaminho digital, o pianista e a pianista-mirim, Yao Ming de mãos dadas com o garotinho que sobreviveu ao terremoto de maio, Li Ning acendendo a pira depois de flutuar de lado no ar?
Claro que foi uma festa encantadora, lindíssima, à altura de tudo aquilo que a China preparou para estes Jogos. Eu adoro essas cerimônias de abertura e encerramento, seja do que forem. Até de feira de ciências na escola. Elas são fruto de esforço coletivo, é a essência do ser humano, tanto faz se uma fanfarra ou uma festa como a de ontem, são pessoas fazendo o melhor que podem, é lindo isso.
Não acho chato, sequer, o desfile das delegações. Demora, mas é o momento dos meninos e das meninas, eles adoram, e me emociono ao ver as pequenas equipes orgulhosamente carregando suas bandeiras, o brilho nos olhos de cada atleta, o filme que certamente passa em cada cabeça, os anos de labuta para se chegar ali. Me emociono com gente.
Portanto, se fui mal compreendido, desfaz-se o engano. A cerimônia foi maravilhosa. De ruim, mesmo, achei apenas a trilha sonora baseada no trio batuque/gaita de foles/mariachis, e a eterna saia-justa entre China e Taiwan, que desfilou, e disputa os Jogos, sob uma bandeira olímpica (foto) porque o país não é reconhecido como tal pelos chineses. Deviam entrar juntos, assim como seria bonito se palestinos e israelenses entrassem de mãos dadas, para mostrar que a maioria das pessoas só quer viver em paz.
Creio que a esta altura todo mundo já viu a abertura e os melhores momentos na TV, mas tem uma ótima galeria de fotos do iG aqui. Vale a pena a visita. Já volto.