Blog do Flavio Gomes
Pequim 2008

A FESTA

PEQUIM (sou crica?) – Ainda não acabou, e falta acender a pira, e sei lá quantas delegações ainda não passaram. Mas já dá para dizer algumas coisas sobre a cerimônia de abertura em Pequim. Linda, como sempre são lindas essas festas. Embora pouco surpreendentes, na maioria das vezes. Acho que a última vez que me […]

PEQUIM (sou crica?) – Ainda não acabou, e falta acender a pira, e sei lá quantas delegações ainda não passaram. Mas já dá para dizer algumas coisas sobre a cerimônia de abertura em Pequim. Linda, como sempre são lindas essas festas. Embora pouco surpreendentes, na maioria das vezes. Acho que a última vez que me surpreendi num evento desses foi com o ursinho Misha em Moscou.

Os tambores luminosos produziram um efeito espantoso. Só não entendi por que os organizadores não se preocuparam muito com a história dos oitos (8 horas, 8 minutos, 8 segundos). A cerimônia começou meio aleatoriamente, com a contagem regressiva dando em nada específico.

Gostei também das criancinhas de mochilas e daquela menininha de vermelho cantando, antes do hino. Depois, acho que o ritmo caiu um pouco.

O desfile das delegações demora muito, mas é necessário. É legal ver os “times pequenos” com seus exércitos de Brancaleone, as pequenas aldeias gaulesas contra o mundão dos poderosos.

A geração de imagens da CCTV me pareceu pouco criativa, para não dizer um porre. Poderiam mostrar melhor os lindos olhos amendoados da porta-bandeira da Jordânia. Ou os lábios misteriosos daquela atleta afegã. Ou a loirice dourada das suecas, dinamarqueses e norueguesas. Ou, pelo menos, os caras e as meninas mais conhecidas.

Poucos países mereceram grandes manifestações do público. Deu para perceber um certo agito quando entraram os iraquianos, a turma de Taiwan e Hong Kong. E a China, claro. Acho que vaiaram os sul-coreanos e aplaudiram seus vizinhos do norte. Bush vestiu o paletó quando vieram os EUA. As chinesinhas de branco em torno do campo estavam com a pilha fraquinha no final, coitadas. E a trilha do desfile foi meio confusa, misturando batuque com mariachis e gaita de foles. Uma salada da peste.

A idéia do pergaminho no chão para registrar os passos dos atletas foi simpática. E os fogos de artifício, mui belos. Afinal, foram os chineses que inventaram. Mas trancaram os moradores dos prédios vizinhos ao Parque Olímpico em casa. Ninguém entra, ninguém sai. Isso não tem nada de simpático. Nem de bonito.