Blog do Flavio Gomes
Pequim 2008

AOS NANICOS

PEQUIM (por hoje deu) – Hoje não sai mais medalha alguma por aqui. Para o Brasil, foi o dia mais fértil, com o ouro de Maurren Maggi (salto em distância), uma prata (Márcio & Fábio) e um bronze (Ricardo & Emanuel) no vôlei de praia e um bronze no futebol masculino (Dunga & demais anões). […]

PEQUIM (por hoje deu) – Hoje não sai mais medalha alguma por aqui. Para o Brasil, foi o dia mais fértil, com o ouro de Maurren Maggi (salto em distância), uma prata (Márcio & Fábio) e um bronze (Ricardo & Emanuel) no vôlei de praia e um bronze no futebol masculino (Dunga & demais anões). Quatro das 12 conquistadas pela delegação do COB — duas de ouro, três de prata, sete de bronze, que deixam o Brasil em 26º no quadro de medalhas, entre o Quênia, à frente, e a Dinamarca, atrás, e esse é nosso eterno dilema: adoraríamos ser uma Dinamarca, mas não conseguimos e vivemos flertando com a condição de Quênia sul-americano (grande besteira, mas a esta hora há de ser perdoada).

Pelo jeito, vêm mais dois ouros por aí, nos vôleis de quadra, já que ambas as equipes estão nas finais e jogando bem. Há uma chance, também, no taekwondo feminino, com Natália Falavigna amanhã — ela foi quarta colocada em Atenas, prata no Pan, campeã mundial em 2005, tem um bom currículo. E, talvez, algo na maratona, mas aí é difícil prever, em maratona e em jogo da Portuguesa, tudo pode acontecer.

Uma dúzia de medalhas. Com as duas garantidas no vôlei, no mínimo de prata, são 14, o que será o melhor resultado do Brasil, em total de medalhas, desde as 15 de Atlanta em 1996. Em ouros, porém, vai ser difícil superar os cinco de Atenas/2004.

No quadro geral, a China continua lavando a égua com 47 ouros, 17 pratas e 25 bronzes, totalizando 89. Os EUA têm 31 de ouro, 36 de prata e 35 de bronze (102 no total). A URSS, que vimos monitorando aqui desde o início, teria 123 se ainda existisse. Suas repúblicas somam até agora 29 de ouro, 35 de prata e 59 de bronze.

São 77 os países que estão levando medalhas para casa até agora. Na ponta de baixo da tabela, nove conseguiram apenas um bronze e estão felizes da vida. Entre eles, o mutilado Afeganistão (estou lendo um livro lindo sobre o país e por isso fico contente por eles) com Nikpai Rohullah, no taekwondo, o Egito (que é bom de pirâmide, mas péssimo de esporte) com Mesbah Hesham, no judô, Israel (que não tem tempo para isso) com Zubari Shahar, na vela, e a gloriosa República da Moldávia, que faturou sua medalhinha no boxe com Gojan Veaceslav.

Este post, para fechar o dia, é então dedicado aos “nanicos”, em especial a Rohullah (na foto ao lado e nas páginas dos jornais de Cabul), que conquistou para os afegãos sua primeira medalha olímpica.

Não é nada fácil conseguir as coisas por aqueles lados.