Jackie é mulher do Edimar Della Barba, o melhor preparador de motores a ar do planeta, um multicampeão que, na Superclassic, faturou um monte de corridas e títulos. Sem falar dos Speed 1.600, onde é até covardia disputar com seus carros. Gozado é que eu e ele vivemos às turras no início de nossas aventuras com carros antigos em Interlagos, por conta de regulamentos e outros detalhes, quebrando o pau, mesmo. Mas o Della Barba é um doce de pessoa, e um dia me ligou, depois de uma das minhas inúmeras quebras, para dizer que o #96 não podia parar de correr e que queria me ajudar no que eu precisasse.
“Mas por quê?”, perguntei, incrédulo. “Esse carro só quebra, só anda atrás e me dá dor de cabeça e despesa, não vou conseguir fazer andar mais do que anda nunca” e etc, e ele me interrompeu para dizer que, apesar de nossas brigas homéricas, tinha de me ajudar porque a maior fã do meu carro era a mulher dele, e se não ajudasse, era divórcio na certa!
Jackie é outra flor de pessoa, pegou o Trevisan pelo pescoço no lançamento do livro do Bird Clemente para saber em detalhes onde e como ficaria o #96 em seu museu, e só descansou quando soube que o carro já tinha chegado e estava bem.
Um beijo e obrigado, mocinha, com algum atraso. Quanto a você, Della Barba, nem preciso dizer o quanto o admiro e respeito. Entre tapas e beijos, é um dos bons amigos que fiz nessa deliciosa maluquice de correr de carros antigos, e no fim isso é tudo que importa nesta vida: fazer amigos.