Teve “Revival” na Shelby nesse final de semana em São Paulo, me conta o Ricardo Bifulco, e um dos carrinhos que apareceram por lá foi ele, o inesquecível #96. Morro de saudades…
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FARNEL, 10
SÃO PAULO (muita, muita saudade) – Já passou, e ter deixado a data passar é o fim do mundo. Foi no dia 10 de junho de 2006 que o primeiro farnel de Interlagos foi realizado num prédio do autódromo que nem existe mais — o antigo HC da Shell sobre o centro médico.
Dez anos. Dez anos, meninos e meninas.
O público do blog mudou. Aumentou, diminuiu, sei lá. Sei que 2006 era, na prática, o primeiro ano deste blog, que entrou no ar no dia 5 de dezembro de 2005. E, graças a ele, um monte de gente começou a se conhecer. Leitores. A “blogaiada”.
Muito por conta dos temas que pingavam aqui. Eu falava — e falo — muito de carros antigos, eu tinha um DKW de corrida, publicava fotos dos anos 60 e 70, e começaram a aparecer blogueiros que viveram aquela época e morriam de saudades de Interlagos. Muitos não iam ao autódromo havia décadas. Sim, décadas. Eram os “Matuzas”, palavra que inventamos a partir de “Matusalém”, velhinhos barbados que resolveram sair da toca.
Vou lembrar de alguns nomes e esquecer de outros? Claro que sim. Mas vá lá. Boa parte deles está na foto aí em cima. Brandão, Joaquim, Ceregatti, Edison Guerra (que me lembrou da data e continua frequentando Interlagos em todas nossas corridas com sua indefectível câmera pendurada no pescoço), Romeu, Pierotti, Dú Cardim, Decanini, e mais os jovens como Caio, o de Santos, Bonilha, Furquim (veio de Floripa!)… E Veloz-HP. Veloz-HP, o misterioso, o blogueiro dos comentários mais engraçados da história, o profundo conhecedor de tudo sobre rodas, o colecionador de revistas estrangeiras, fotos inéditas, histórias idem.
Aqui, um parêntese.
Há um mês e meio, fechei o escritório na Paulista e me mudei para o galpão onde ficam meus carros. Tem espaço aqui, montei o novo escritório, fiz uma sala de troféus, aos poucos vou ajeitando as coisas. Outro dia me liga a sobrinha do Veloz. Ela tinha algumas coisas que queria me dar. Fazia anos que eu não tinha contato com a família dele, e foi uma grande alegria recebê-la. Vieram três caixas. Duas com livros e revistas, parte do acervo de Leandrov Alfonsov. Até uma carta que ele me escreveu, e talvez tenha desistido de mandar. Sim, carta. Veloz escrevia cartas. Falava, nesta que chegou só agora, de motocross, da crise do automobilismo, de uma porção de coisas. Sempre com a letra de forma impecável, inconfundível.
Na terceira caixa, um capacete azul de motociclista, o seu capacete. De certa forma, Veloz está aqui. Tenho certeza. Até porque tem cinco Ladas no galpão. Ele adorava esses pequenos soviéticos. Foi um deles que o levou para onde vamos um dia. Um sedã branco.
Parêntese fechado.
Aquele farnel — que nada mais era que um encontro entre desconhecidos que deveriam levar um salgadinho, um sanduíche de metro, umas cervejas e o que desse — teve mais de 400 pessoas, se bem me lembro. Acho que a lista de presença ficou com o Brandão, outro sumido. Gente que nunca tinha ido a Interlagos. Gente que, como já dito, não ia havia muito tempo. Gente que ia de vez em quando. Gente que se conheceu, bebeu, comeu, conversou e se divertiu. E, de quebra, viu uma corrida da então Superclassic.
E tudo isso, desconfio, por causa do #96. Um DKW lento, é verdade, mas valente e carismático. Que teve a pintura definida aqui, num concurso público, vencido por Bruno Mantovani — foi dele a ideia de reproduzir no Belcar a pintura do Carcará.
Foram dias muito felizes. Muito mesmo. Os farnéis se repetiram várias vezes até o fim daquele ano, e em 2007 também. Depois, foram rareando. O #96 se aposentou. Veio o Meianov. Veio outra fase das nossas vidas. Da minha, certamente. Os “Matuzas” foram desaparecendo. A molecada, também. Normal, o tempo passa, a vida corre, não há mágoas, há saudade, die with memories, not dreams.
Nosso sonho se realizou naqueles meses de 2006 e 2007 e se transformou em memórias, doces memórias. Interlagos virou nosso ponto de encontro, fizemos camisetas, credenciais e adesivos, vivemos intensamente, eu diria até que vidas mudaram por causa desses farnéis, nenhum de nós nunca mais foi o mesmo.
As corridas agora são um pouco diferentes, muitos dos pilotos daquela época também pararam de correr, eu sigo firme e insistente, agora com um Voyaginho simpático que me dá algumas alegrias, de vez em quando me frustra, é assim, corridas são assim. As pessoas não vão mais a Interlagos com tanta frequência, um ou outro aparece, tudo mudou, dez anos é bastante coisa, vamos em frente. Como escreveu Paul Auster, foi, não será de novo, lembre.
Então lembremos, com alegria e saudade, a saudade boa de quem viveu algo bom.
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FOTO DO DIA
Faz tempo que estou com esta foto na pastinha “a publicar”. Tanto que nem lembro quem mandou. Acho que é em Santos. Notaram o carrinho eterno?
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O #17
SÃO PAULO (eternizado) – Leio que a FIA decidiu retirar da F-1 o número 17, usado por Bianchi em sua passagem pela categoria. Acho uma justa homenagem. Como acharia justo se alguém, no futuro, quisesse homenagear o piloto usando o mesmo #17.
Na verdade, não sei direito o que pensar dessas coisas. Apenas digo que o #17 é um número importante para mim, e estaria usando-o até hoje se não fosse o pedido de um amigo, lá por 2005, que fez a réplica da Brasília do Ingo para correr com a gente. O Ingo, todos sabem, ficou famoso pelo #17. Não faria sentido eu bater o pé por esse número diante de uma causa tão nobre — eternizar o carro do Alemão.Quando fiz meu DKW de corrida, optei pelo #17 por conta de uma linda foto da Equipe Vemag que usei como base para reproduzir um dos carros do time. Não queria usar nem o #10, nem o #11, porque eles pertenciam historicamente a pilotos excepcionais. Eu jamais estaria à altura deles. Sei que por conta da Brasília troquei o #17 pelo #12, com o qual corri um ou dois anos. Até chegar ao #96, e o resto é historinha. Hoje meu número para correr é #69 e não se fala mais nisso.
E vocês, se tivessem de escolher um número para seu carro de corrida, e com ele seguir até o fim dos tempos, qual seria? Por quê?
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FOTO DO DIA
Mais um clique do Dalton Yamashita. Piloto compenetrado pensando nas merdas que iria fazer na corrida…
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FOTO DO DIA
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VERGONHA TOTAL
SÃO PAULO (rever tudo) – Acabo de ver as imagens da câmera do meu carro na corrida de hoje. Dei duas batidas na traseira do meu companheiro de equipe Faustino Suero. Batidas ridículas, 100% culpa minha. Terminei a corrida em 19°, quarto na categoria. Mas foi a pior da minha vida. Arrebentei o carro do Suero, que abandonou.
Nunca mais ando com carro emprestado por ninguém. Além de estragar a corrida do Suero, arrebentei a frente do Karmann-Ghia do Mauro Kern, um foguete que na minha mão virou um traque.
Estou me sentindo um lixo. Voltemos ao Lada, que está de bom tamanho.
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P18, MAS TÁ VALENDO
SÃO PAULO (será que chove?) – 2min09s934, depois de virar acima de 2min11s ontem, foi um tempo razoável. Mas estou no meio do pelotão para largada de daqui a pouco, 13h, em Interlagos. São 38 carros no grid. Sexto na categoria, 18° na geral. Pelo que sabemos, esse carro tem condições de virar 2min06s com esse motor e câmbio, o que me deixaria ali em 13° ou 14° na geral, mas no mesmo lugar na categoria. Portanto, teremos um sábado difícil para buscar um pódio. Mas tudo pode acontecer, como se diz. Ganhei a última, não?
As chances hoje são bem mais remotas. O Peixoto voltou e, com motor novo, enfiou o Bianco na pole com 2min01s696. Excepcional tempo, excepcional pilotagem. O Bianco deve estar dando graças aos céus que ele voltou e eu nem passei perto dele!
Choveu agora há pouco, mas já parou. Devemos largar com pista seca. Uma meta realista é chegar entre os 12 primeiros na geral e, vá lá, em quarto ou quinto na categoria. Pero carreras son carreras, no?
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KG, DIA #1
SÃO PAULO (com calma) – O sumiço desde ontem à noite se explica. Fiquei sem internet em casa e fui dormir cedo para o treino de hoje com o Karmann-Ghia do misterioso Mauro Kern, o único que deu para eu fazer antes da corrida de amanhã.
É arisco, o bichinho. Achei a frente muito solta, “passarinha” nas retas, o que é meio assustador. Mas talvez seja caso de adaptação. O carro é muito rápido, freia bem, tem um volante muito leve e de curso reduzidíssimo. Vai levar algum tempo para pegar a mão, e não terei tanto assim: apenas a classificação, pela manhã, na qual, com sorte, devo dar umas dez voltas.
Mas vamos em frente. Esse negócio de não ter um carro fixo na temporada é interessante e divertido, mas pouco produtivo. Paciência. Meianov está no estaleiro sem diferencial e graças aos amigos tenho tido a chance de disputar o campeonato. Não fiquei satisfeito com minha pilotagem com nenhum dos três até agora, apesar da vitória na última corrida — quebrou todo mundo; OK, ficar na pista e não quebrar nada tem lá seu valor, Panis que o diga em Mônaco em 1996, mas tenho autocrítica.
O Mauro virou na casa de 2min06s ontem, e o Nenê treinou hoje e fez tempos parecidos. Minha meta para amanhã é virar 2min08s. Se conseguir, saio feliz de Interlagos.
Lembrando: classificação às 8h35 e largada às 13h.
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FOTO DO DIA
SÃO PAULO (vão-se os anos) – Posso estar louco, mas acho que nunca tinha visto esta foto descolada pelo meu manager Luiz Salomão. Era ele ao volante do DKW #17 na pole para a primeira corrida da Historic Racing Cars, que ressuscitou as corridas de clássicos no Brasil. Isso porque eu estava em Imola cobrindo o GP de San Marino. O dia: 20 de abril de 2003.
No grid, estão Luiz “Nenê” Finotti no Topolino então amarelo e o Evaldo Luque na BMW também amarela. Eles ainda correm, o Nenê não na Classic Cup, o Luque com a mesma “Be-ême”. Grandes tempos. Sábado, mais de 40 carros estarão no grid da abertura da temporada da Classic Cup. O #17 virou #96 e se transformou numa espécie de catalisador de malucos que voltaram a frequentar Interlagos, um pouco em função deste blog. Hoje ele está em Passo Fundo, no museu do Trevisan.
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MUITO AMOR
SÃO PAULO (quase chorei) – Quando um carrinho que deixou como única vitória de sua trajetória a semente das corridas de clássicos recebe uma homenagem dessas, acredito que realmente valeu a pena.
Essa porta de aço aí é de uma loja de autopeças no Jardim Cidade Soberana, em Guarulhos. O Sérgio Oliveira mandou a foto. Grande #96, meu maior companheiro.
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COMEÇOU ASSIM
SÃO PAULO (estou cansado) – 6 de abril de 2003. Às 11h, cerca de 25 carros brasileiros de corrida saem do estacionamento na antiga Curva do Sol para dar quatro voltas em Interlagos. Nas arquibancadas, 70 mil pessoas esperando pela largada do GP do Brasil. Puxando a fila, um DKW branco com o numeral 17 e um repórter ao volante, narrando as voltas para a rádio Bandeirantes e para o sistema de som do autódromo. Num Karmann-Ghia vermelho, Bernie Ecclestone e o presidente da Volkswagen. Mais para trás, Luiz Pereira Bueno no Bino Mark III e Alex Dias Ribeiro no Patinho Feio. Num Gordini azul, o brother Fábio Seixas. Num Fusca Okrasa, o outro brother Luiz Salomão.
13 dias depois, alguns desses carros estariam no grid da primeira corrida da Historic Racing Cars, que deu origem à nossa Classic Cup — que hoje largou com 37 carros em Interlagos e é uma das maiores categorias do automobilismo brasileiro.
Faz dez anos. Às vezes vale a pena fazer as coisas.
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PEQUENA JOIA
SÃO PAULO (faltava um desses) – Vejam que surpresa linda me apareceu em Interlagos ontem… Assim que terminou a corrida, o Carlos Braz me trouxe seu amigo Agnaldo, que faz miniaturas de carros nacionais de corrida (e um monte de outros carros também) para autorama. Há um tempão, disse ele, estava para me entregar este #96.
Não tenho nem palavras para agradecer. O trabalho do Agnaldo está no blog Brazil Slot Car. Tem cada coisa maravilhosa que é de ficar maluco. Valeu, amigão!
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FOTO DO DIA
Comentários (28)SÃO PAULO (lindo de morrer) – Clique do Vinícius Nunes., me enviou esta semana. “Olha o que você estava fazendo em 12 de outubro de 2003”, diz ele. Dia das Crianças, né? Estava me divertindo. Tempos em que o #96 ainda era #17. Essa foi a primeira temporada da que hoje é a Classic Cup. Nasceu com outro nome, Historic Racing Cars. Estou com saudades do #96. Será que o Trevisan está cuidando bem dele?
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AND ANOTHER COMMENT
O carro de corrida mais espetacular jamais construído em todos os tempos. o Alexandre Andrade mandou o vídeo. É de 2006, acho.
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SÓ, SOMENTE SÓ
SÃO PAULO (cagaram tudo) – No final de 2007, alinhamos 41 carros na última etapa da então Superclassic. Sucesso total e absoluto. Aí o Professor Carpinelli, que eu adoro, mas que faz várias cagadas, extinguiu a categoria. No briefing. Diante de quase meia centena de pilotos de pau duríssimo pelo lindo grid que conseguimos formar, transformando a Superclassic na maior categoria do Campeonato Paulista.
Mas o Carpinelli, nunca entendi como teve coragem, disse que a FASP faria um novo regulamento, mudaria o nome do campeonato e assumiria tudo. A gente tinha uma associação de pilotos que estava cuidando das coisas. E que ganhava força. O povo do automobilismo, federação e clubes, não gosta de associação nenhuma que tenha força. Eles preferem sabotar o próprio esporte.
De 2008 para cá, nossa categoria só diminuiu. Sem poder de negociação por conta da extinção da Superclassic e da nossa associação, ficamos na mão de uma comissão de antigomobilismo que não fez picas e nem existe mais. Nesse ínterim, foram criadas três categorias “low cost” e “high laps” que, aos poucos, corroeram a Classic Cup. Roubaram nossos carros e pilotos. Surgiu a CCC, que tem tempo de volta mínimo de 2min20s, mas paga apenas 500 mangos de inscrição. O mesmo com a F-Vee, que vem crescendo com seus lindos formulinhas, mas que tem como público-alvo o mesmo que o nosso, pagando igualmente 500 paus para correr. E agora a TCMP, para carros 1.6 dos anos 80, com enorme potencial de crescimento, pagando também 500 dinheiros.
Hoje, na abertura do Paulista, pagamos, nós da Classic Cup, 1.020 reais de inscrição. Eram 790 ano passado. Aumento de 29%. O grid tinha 12 carros. Mataram a categoria. A criação de campeonatos semelhantes nos quais se corre por metade do preço num nível de performance mais baixo fodeu com a gente. Nosso campeonato, a partir do qual nasceram os outros (porque foi com a gente, lá em 2003, que começaram a surgir pilotos dispostos a correr de carros clássicos), foi assassinado pelos filhotes. E pela FASP, e pelos clubes.
Hoje foi tão patético que teve pódio com um piloto só. Isso não existe. Agora, ou os clubes igualam nossas inscrições às deles, ou o campeonato acaba. Mas o melhor mesmo seria a federação, que nunca faz nada, fazer alguma coisa. Como unificar os grids das três categorias (Classic Cup, CCC e TCMP), deixando cada uma correr com seu próprio regulamento, mas largando todo mundo junto. Do jeito que está, temos três categorias de merda. Se juntarmos as três, talvez tenhamos algo minimamente aceitável, que se pareça com um grid de carros clássicos.
No que diz respeito à corrida de hoje, a foto do Dyonysyo Pyerotty diz tudo. Solidão absoluta, um saco. Nem sei em que lugar cheguei. Ganhei um troféu ridículo por ter sido segundo na minha nova divisão, que tinha dois carros.
Sábado de merda, em resumo. Se as coisas continuarem assim, o Meianov se junta ao #96 no museu do Trevisan. E para quem não lembra, o grid da última etapa de 2007 foi esse aí embaixo. Atrás do #96 tinha ainda mais umas quatro filas. Será que essa gente não tem remorso?
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SEM-VERGONHA
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CARS & GIRLS
Agora entendo por que o #96 insiste tanto em ficar no Sul. Nos próximos dois meses, ele será visto no Velopark. Mas as mocinhas podem tirar o cavalinho da chuva. Como se vê, está comprometido.
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DOMINGO NO PARK (2)
SÃO PAULO (e tem mais) – As fotos são do Luis Camaratta, e separei essas aí embaixo do excelente álbum que ele publicou. É que foi um momento legal da primeira bateria, quando o Chevette do Fábio Mincarone rodou na minha frente e quase viramos pastel, os dois. E tem a linda foto do #96, o último a ser retirado dos boxes. É que ele vai ficar em Nova Santa Rita, exposto na área de lanchonete do Velopark, nos próximos dois meses. Já deve estar lá, abrigado. Vou ficar com saudades de novo. Mas é legal que será visto por milhares de pessoas. O #96 merece.
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SÁBADO NO PARK (1)
NOVA SANTA RITA (melhor secar hoje) – Andamos no seco no treininho da manhã com 20 carros. Logo depois veio a chuva, que pegou em cheio a turma do Endurance e a primeira corrida da F-3 aqui no Velopark.
Voltei a guiar o #96. Foi legal. Bem legal. Ele não andava havia dois anos. É sempre um problema para um carro sair andando depois de dois anos. Mas ele foi bem, acho que consegui fazer algumas imagens on-board, depois coloco aqui. A sensação de pilotar um DKW numa pista de corrida só sabe qual é quem já fez isso um dia. Mesmo que não seja na mesma forma de dois anos atrás. Mas, também, seria querer demais.
O #96 foi bem, mas começou a esquentar demais o motor e quando o marcador de temperatura chegava a 120 graus daqueles Celsius, achei melhor parar. Preferi deixá-lo quietinho nos boxes e peguei o Meianov. As nossas duas corridas serão amanhã, e depois decido se o #96 vai correr ou não. Talvez seja melhor ir só de Lada, para não correr o risco de quebrar meu DKW velho de guerra.
No cronômetro, o Nenê Finotti com o Corcel Pac Man, aquele que eu usei em Londrina, fez o melhor tempo, na casa de 1min13s. Um Maverick daqui fez o segundo tempo, anda pacas. Da nossa turma, Fernando Daier ficou em quarto com seu Fusca AP, bela performance. Tranjan Tovão Azul virou na casa de 1min16s, junto com o Marcelo Pizzaiolo Giordano. Consegui fazer poucas voltas, umas três, apenas, até vir mais uma bandeira vermelha. A melhor veio em 1min20s e alguma coisa, mas dá para chegar a 1min18s fácil, e é o que pretendo no treino da tarde, se a pista secar.
Abaixo, mais umas fotos do Paulo Torino, assessor de imprensa do Velopark e companheirão deste fim de semana. Daqui a pouco eu volto.
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SEXTA NO PARK
PORTO ALEGRE (inesquecível) – Bom dia, macacada. Sim, tá escuro, já, mas já falei mais de uma vez que o dia só acaba à meia-noite. E dias como o de hoje poderiam não acabar nunca.
Como vocês talvez saibam, estou em Porto Alegre para correr, neste fim de semana, duas provas com o pessoal da F-Classic gaúcha no Velopark. Eu e mais cinco pilotos da LF, convidados que fomos pelo pessoal do autódromo e pelo incrível Paulo Trevisan, proprietário do Museu do Automobilismo Brasileiro de Passo Fundo.
É impressionante a gentileza de todos. E é impressionante o Velopark. Aliás, chamar esse complexo de autódromo é contar uma meia-verdade. Tem um autódromo, sim. Mas tem um oval de kart, também. E mais duas pistas fabulosas de kart. E restaurante, loja, lanchonete, oficinas, pistas para crianças, um verdadeiro parque voltado para o automobilismo. E tem ainda os inacreditáveis protótipos Veloce, dez mil vezes mais bonitos e melhores que os Stock Jr., carros feitos pelo Moro com mecânica Fiat.
Vai ser difícil lembrar o nome de todo mundo para agradecer a acolhida que estamos tendo. Jhonny Bonilla, Paulo Torino (autor das fotos acima), seu irmão-artista Roberto, o diretor Sérgio, Jorge Fleck (sim, aquele da Truck, rali, Turismo, que foi meu instrutor hoje), Alemão… Muita, muita gente. Além da gauchada da F-Classic, com carros lindos e um grid maravilhoso.
Treinamos hoje pouco tempo, com muitas bandeiras vermelhas. Andei com o Meianov e amanhã devo correr a primeira bateria com o #96, a quem reencontrei, emocionado. Mas vou ficar emocionado, mesmo, quando colocá-lo para andar. Dizem que vai chover. Se chover, tanto melhor. E tem mais DKW correndo, o que será muito divertido.
A pista é ótima, e muito difícil. É preciso engatar umas cinco voltas seguidas para pegar um ritmo, algo que nenhum de nós conseguiu hoje. Mas foi o bastante para sacar que é técnica, tinhosa, traiçoeira. O traçado é diferente do usado pela Stock em maio. Fizeram uma nova Curva 1, no fim da reta dos boxes, aumentando a extensão em cerca de 200 metros. A F-3 Sul-americana também anda conosco no fim de semana, assim como a turma do Endurance do RS.
Depois do treino, fomos conhecer o complexo inteiro. Me deram a chance de andar com o Veloce e fiquei andando sem parar num dos kartódromos, o maior, com 1.500 m de extensão, largo, espetacular. Só parei porque mandaram, senão ficava até anoitecer. Carrinho fenomenal, rápido, um formulinha com carroceria. Coisa mais linda.
Estou arrebentado de cansaço, porque o dia começou cedíssimo em SP. Mas valeu cada minuto. No fim do dia, uma surpresa carinhosa e inesquecível: o Roberto Mucillo, que pinta carros de corrida, me deu de presente um acrílico do Meianov. Vejam nas fotos. Lindo demais! Aliás, conheçam o site dele. Um baita artista, que morou em Portugal, ama corridas, conhece tudo.
Agora preciso dar um gás neste blog. Tem bastante coisa pra falar ainda hoje…
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MÚSICA
SÃO PAULO (chega logo!) – O vídeo é de 2007, on-board no #96 em Londrina. Nem acredito que vou correr com esse carro de novo. Vai ser domingo no Velopark. Ou sábado. Vamos ver… Acho que sábado. Não vou aguentar a ansiedade. Ainda mais se chover. Na água, esse carrinho faz bonito.
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CHEGA LOGO…
GUARUJÁ (contagem regressiva) – Daqui a uma semana, nesta hora, estarei no Velopark ao lado dos amigos gaúchos que nos convidaram para correr na F-Classic do Rio Grande do Sul, ou Uruguai do Norte, como queiram… Não vejo a hora. Como já contei aqui, vou participar das duas baterias com carros diferentes. Estou doido para correr com o #96 de novo.
Neste link aqui, o pessoal colocou um grid ilustrado da prova, com fotos de todos os carros. São 29 inscritos por enquanto. E tem mais DKW na parada, o que faz prever uma linda sinfonia de dois tempos nos pampas.
E aí, gauchada? Prontos para o espetáculo? Vou conhecer blogueiros sulinos no Velopark?
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TÁ CHEGANDO…
SÃO PAULO (dá pra pular uns dias logo?) – O pessoal do Velopark acaba de divulgar a lista de inscritos para as provas da F-Classic gaúcha, no fim de semana de 31 de julho e 1º de agosto. Já são 29 confirmados. Nós, da LF, fomos convidados e vamos com cinco ou seis carros. Infelizmente não há espaço para mais participantes da Classic Cup, por razões logísticas, mas este é apenas mais um passo para que a gente possa começar a participar de outras provas pelo Brasil, como já fazemos em Londrina com grid completo.
Não vejo a hora. Primeiro, porque vamos conhecer essa turma do Sul tão boa de bota e apaixonada pelas corridas. Depois, pelo próprio Velopark, que parece ser algo espetacular. E, no meu caso muito particular, porque vou rever o #96. E correr com ele. Será um reencontro interessante.
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VELOPARK, ESTAMOS CHEGANDO
SÃO PAULO (tá frio aí?) – Bueno, é o seguinte, macacada. O Jhonny Bonilla e o Paulo Torino, do Velopark, mandaram avisar que nos dias 31 de julho e 1º de agosto será inaugurado o novo trecho da pista. Vai ter corrida da F-3 Sul-americana, do Gaúcho de Endurance e da F-Classic do RS. Aí resolveram me convidar…
Vou aceitar!
O Paulo Trevisan vai correr e prometeu tirar o #96 do conforto do museu. Perguntaram se eu quero correr com ele, ou com o Meianov. Acho que com os dois… Será que tem duas baterias? Se tiver, vou com os dois. Caso contrário, acho que deixamos o #96 lá para passar uns dias e corro com o Meianov. Vamos ter de ver a logística para levar o carro, mas é claro que dá.
Sem nem avisar o pessoal do Velopark, contei para alguns colegas da Classic Cup. Na verdade, só contei para três, o Tranjan Trovão Azul, o Giordano Pizzaiolo e o Nenê Finotti. Vou ver com a turma do Sul se dá para a gente levar mais alguns carros e participar da festa.
Está tudo meio em cima da hora, mas acho que vai dar certo. Só espero não pegar neve…
Ah, e tem um detalhe. O pessoal do Velopark vai fazer a transmissão ao vivo com seis câmeras pela internet. Claro que vamos colocar o link aqui e no Grande Prêmio, e vamos fazer um barulhão danado.
O que vocês acham? #96 sozinho? Só Meianov? Os dois?
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CHAMANDO PASSO FUNDO
SÃO PAULO (sumiram) – Alguns blogueiros históricos, comandados pelo meu manager Luiz Salomão, estão em Passo Fundo neste fim de semana, em visita ao Museu do Automobilismo Brasileiro — a incrível coleção de Paulo Trevisan, o guardião da memória nacional nas pistas.
Pelo jeito, a festa está boa: carros de corrida, churrasco e vinho. Se tem mais, não sei. Só sei que desapareceram todos. Bem, fica aqui espaço aos sobreviventes para enviarem notícias. E se algum deles puder fazer a gentileza de sacar um retrato do velho e bom #96, que está há mais de um ano por lá sendo tratado a pão-de-ló, agradeço.
Canalhas.
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ONE COMMENT
Comentários (42)Quando você faz um carro de corrida e ele fica tão querido que vira carrinho de autorama, dá um orgulho danado… As fotos são da 7ª edição do Shelby Revival, que aconteceu em dezembro em SP.
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MALZONI LÁ!
SÃO PAULO (bom começo de dia) – Baita orgulho ao ver este vídeo que o pessoal da Audi na Alemanha acabou de postar na rede. Aliás, vamos encher o VocêTubo de acessos! Para os caras verem que a gente, aqui no Brasil, está morrendo de orgulho de ter um Malzoni no acervo do museu de Ingolstadt. E na edição do vídeo ainda colocaram o #96! Na imagem congelada, é ele que aparece. Será que é de propósito? As fotos, fui eu que mandei para o Peter Kober, que aparece no vídeo falando (em alemão) sobre a aquisição do carro. Vai ver ele que devolveu a gentileza…
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FARNEL, 3
SÃO PAULO (antes que dê meia-noite) – Me escreve o impagável Comendatore Ceregatti para lembrar que hoje faz três anos do primeiro Farnel de Interlagos, como batizamos os encontros da blogaiada para assistir às nossas corridas de carros antigos.
Tudo começou em meados de 2006, quando o blog tinha seis meses de vida, graças ao grande Roberto Brandão, matusa de primeira hora que anda meio sumido, mas vive no coração de todos nós. Aliás, ele escreveu sobre esse primeiro farnel num aniversário desses, um lindo texto.
E tudo, na verdade, girava em torno de um carrinho simpático e valente, o #96, que hoje descansa tranquilamente no museu do Paulo Trevisan em Passo Fundo, aguardando um chamado para berrar de novo em algum circuito infinito. A ele, antes de mais nada, nossas lembranças. Afinal não é qualquer carrinho que consegue juntar tanta gente, e levar de volta a Interlagos tantos loucos por gasolina que passaram anos longe de tudo que acelerava.
Aliás, procurando algumas imagens na net para ilustrar este post (não estou no meu computador pessoal, mas uma “gugada” com “DKW #96” no sistema de busca traz um monte de coisas) acabei caindo neste post de fevereiro de 2006, quando ficou pronta a pintura do carro, criada pelo Bruno Mantovani. Deu saudades…
Comentários (48)Como saudades, muitas, tenho de muitos blogueiros que, por uma razão ou outra, não têm ido a Interlagos. Um deles, porém, está sempre com a gente. Com sua indefectível jaqueta de couro da Honda, seu sorriso franco, sua sabedoria automobilística, suas lições de vida. Fez uma viagem no sedã branco, é verdade, mas todos nós faremos um dia, então é só questão de tempo para que nos juntemos em outros farnéis, em outros lugares.