Blog do Flavio Gomes
Stock Car

VALEU, INGO

SÃO PAULO (foi uma honra) – Esperei sair do forno o último Diário de Despedida (a caricatura é de Marcel Marchesi) para abrir um espaço exclusivo para a blogaiada dizer “obrigado”. Obrigado a Ingo Hoffmann por seus 30 anos na Stock (ou “Estoque”, como ele prefere! — sorry, não perco a piada), por suas mais […]

SÃO PAULO (foi uma honra) – Esperei sair do forno o último Diário de Despedida (a caricatura é de Marcel Marchesi) para abrir um espaço exclusivo para a blogaiada dizer “obrigado”.

Obrigado a Ingo Hoffmann por seus 30 anos na Stock (ou “Estoque”, como ele prefere! — sorry, não perco a piada), por suas mais de 100 vitórias, pelos 12 títulos na categoria que ajudou a construir, pela Brasília #17, pela Copersucar, por ter permitido que nós, que estamos vivos há mais de 30 anos, tenhamos presenciado muito de perto, e por longo tempo, a carreira do maior piloto de Turismo que o Brasil já teve.

E como, para mim, carro de Turismo é que é carro de verdade, peço licença para “eliminar” a turma dos monopostos e elegê-lo como maior piloto brasileiro de todos os tempos. Entendamos como “piloto brasileiro” aquele que fez carreira aqui, aquele que conhece cada centímetro do asfalto de Goiânia, Brasília ou Londrina, aquele que sabe chegar dirigindo sozinho a Guaporé, Tarumã ou Cascavel. Aquele que guiou VW a ar e Opalão com seis canecos. E Fiat. E, até, as trancas da Stock atual — que não me agradam, mas e daí? Aquele que passou dias e noites na estrada para correr nos mais distantes rincões deste país, chacoalhando em pequenos caminhões ou ônibus desajeitados, ou ainda tendo como companhia, apenas, os faróis de seu carro numa reta escura, e o rádio chiando no AM. Tudo para, chegando ao destino, correr. E, depois, voltar.

O Brasil não terá outro Ingo tão cedo, talvez nunca. Carreiras longas e brilhantes como a do Alemão não são comuns. Manter-se competitivo por tanto tempo (o pódio de domingo foi maravilhoso) é difícil, em qualquer atividade.

Ingo é um exemplo para a molecada que ele adora e que, muitas vezes, não faz por merecer dividir a pista com uma lenda como ele. É um exemplo fora das pistas, também. Um cara íntegro, desses que a gente não encontra em toda esquina.

Parou por cima, na hora em que achou que devia, sorridente e feliz. Voltou para casa feliz, domingo, depois de mais um dia no trabalho que o ocupou por quase quatro décadas.

Voltar feliz para casa é tudo que um homem pode desejar na vida.

Que sejam muitos os “obrigados” neste espaço. Ingo merece cada um deles, e muito mais.