Briatore é um cara divertido, às vezes. Mas, na prática, encarna o que é a F-1 de uns anos para cá: uma plataforma de negócios e relacionamentos, comandada por gente como ele, que não entende picas de carros e de corridas. Gente que entende daquilo que a gente chamava antigamente de “jet-set internacional”.
Briatore vendia moletons para a Benetton nos EUA quando foi chamado pela família para tocar as coisas na F-1, no início dos anos 90. Não sabia nem quantas rodas tinha um automóvel. Tem seus méritos, claro. Esperto, viu em Schumacher e Alonso, por exemplo, dois geniozinhos capazes de gerar receita. Ganhou muito dinheiro com ambos. Depois, passou a ser um gestor de carreiras, cercado de modelos, iates e relógios caros. Ao mesmo tempo, dirige um time, a Renault. Meio esquisito… É dono do passe de vários pilotos, que correm por equipes adversárias. Uma putaria.
Mas não é nada esquisito do ponto de vista de quem tem coragem de vender por 50 mil dólares um guarda-chuva de pele de crocodilo. E os caras ficam falando em cortar custos…