Blog do Flavio Gomes
Gira mondo

GIRA MONDO, GIRA

SÃO PAULO (hasta) – Não é todo dia que um país, um povo, pode se dar ao luxo de comemorar 50 anos de uma revolução para decidir seu destino. Cuba merece hoje os aplausos do mundo inteiro, por ter chegado a 2009 como dona de seu nariz, apesar do odioso embargo americano e das sabotagens […]

SÃO PAULO (hasta) – Não é todo dia que um país, um povo, pode se dar ao luxo de comemorar 50 anos de uma revolução para decidir seu destino. Cuba merece hoje os aplausos do mundo inteiro, por ter chegado a 2009 como dona de seu nariz, apesar do odioso embargo americano e das sabotagens da turma de Miami que se acha cubana — e deseja, no fundo, apenas que a ilha volte a ser o puteiro que era antes de Fidel.

Podem me poupar do discurso neoliberal mais uma vez. Não me falem da miséria, da ausência de celulares e TVs de LCD, dos carros velhos, das geladeiras antigas, do casario sem tintas luminosas, das dificuldades que os cubanos têm para sair de seu país, da suposta falta de liberdade e de outras bobagens que as pessoas leem na imprensa ocidental. Poupem-me, igualmente, do nada criativo “já que gosta, por que não vai pra lá?” — primeiro, porque vou, sim; depois, porque é papo antigo, se não tem nada melhor a dizer, não diga nada.

Cuba é um exemplo para o planeta, com seus defeitos e qualidades. É um país onde todos comem, estudam, têm médicos e trabalham. Um país bombardeado diariamente pela propaganda americana (que o novo presidente acabe de vez com essa babaquice), que há cinco décadas sofre duríssimos golpes econômicos e que se viu sem chão quando a URSS acabou, e nem por isso desapareceu, como previa tanta gente.

Cuba merece, no mínimo, o respeito daqueles que defendem a autonomia dos povos. É um país simples e honesto. Digno e orgulhoso.

Hoje, líderes de todas as nações deveriam congratular o povo cubano por aquilo que ele fez. Escolheu um caminho. Que não é o do hedonismo, do consumismo, do belicismo, de outros “ismos” que consomem o ser humano como uma folha de jornal sendo queimada.

Cuba é o que restou de autêntico no mundo.