Podem me poupar do discurso neoliberal mais uma vez. Não me falem da miséria, da ausência de celulares e TVs de LCD, dos carros velhos, das geladeiras antigas, do casario sem tintas luminosas, das dificuldades que os cubanos têm para sair de seu país, da suposta falta de liberdade e de outras bobagens que as pessoas leem na imprensa ocidental. Poupem-me, igualmente, do nada criativo “já que gosta, por que não vai pra lá?” — primeiro, porque vou, sim; depois, porque é papo antigo, se não tem nada melhor a dizer, não diga nada.
Cuba é um exemplo para o planeta, com seus defeitos e qualidades. É um país onde todos comem, estudam, têm médicos e trabalham. Um país bombardeado diariamente pela propaganda americana (que o novo presidente acabe de vez com essa babaquice), que há cinco décadas sofre duríssimos golpes econômicos e que se viu sem chão quando a URSS acabou, e nem por isso desapareceu, como previa tanta gente.
Cuba merece, no mínimo, o respeito daqueles que defendem a autonomia dos povos. É um país simples e honesto. Digno e orgulhoso.
Hoje, líderes de todas as nações deveriam congratular o povo cubano por aquilo que ele fez. Escolheu um caminho. Que não é o do hedonismo, do consumismo, do belicismo, de outros “ismos” que consomem o ser humano como uma folha de jornal sendo queimada.
Cuba é o que restou de autêntico no mundo.