Blog do Flavio Gomes
Brasil

GURGEL

SÃO PAULO – Morreu na noite de ontem, aos 82 anos, João Augusto Conrado do Amaral Gurgel. O fundador da montadora que resistiu ao Brasil de 1962 a 1994 sofria havia oito anos do Mal de Alzheimer. Seus carros continuam por aí, rodando alegremente. São diferentes, pioneiros, marcantes. Gurgel enxergava à frente, é um dos […]

SÃO PAULO – Morreu na noite de ontem, aos 82 anos, João Augusto Conrado do Amaral Gurgel. O fundador da montadora que resistiu ao Brasil de 1962 a 1994 sofria havia oito anos do Mal de Alzheimer. Seus carros continuam por aí, rodando alegremente. São diferentes, pioneiros, marcantes.

Gurgel enxergava à frente, é um dos clichês associados a qualquer menção que se faça ao engenheiro, e enxergava mesmo. Pensou o carro elétrico (Itaipu), pensou o carro popular urbano (Cena, BR-800, Motomachine, Xef), pensou o utilitário, a picape, o furgão, sempre de olho no consumo e no uso de materiais alternativos à chapa.

Foi derrubado quando o governo do Ceará prometeu financiar sua fábrica de motores, salto que muitos achavam desnecessário, e deu para trás. Quebrou, e a Gurgel faliu. Por conta da doença do patriarca, e em meio a zilhões de ações judiciais, a família se descuidou, a marca caducou no INPI e há alguns anos um picareta se apropriou dela para lançar veículos agrícolas.

Há um bom perfil da Gurgel aqui, escrito pelo Fernando Calmon. No BestCars, a história da marca em páginas de autoria de Francis Castaings.

Bem, quem tem um Gurgelzinho, hoje, que faça um agrado em seu capô de fibra.