Blog do Flavio Gomes
Automobilismo brasileiro

OUTRO FRACASSO

SÃO PAULO (não diga…) – Lembram da nova categoria da FASP, a Street Car, aberta a qualquer cidadão habilitado com carros fabricados de 1995 para cá? Pois é. Começou neste fim de semana, com a louvável (e evidentemente fantasiosa) intenção de atrair novos pilotos para Interlagos. Número de participantes: nenhum. Ainda bem. Não que eu […]

SÃO PAULO (não diga…) – Lembram da nova categoria da FASP, a Street Car, aberta a qualquer cidadão habilitado com carros fabricados de 1995 para cá? Pois é. Começou neste fim de semana, com a louvável (e evidentemente fantasiosa) intenção de atrair novos pilotos para Interlagos. Número de participantes: nenhum.

Ainda bem. Não que eu torça contra, mas já escrevi aqui que considero uma temeridade um negócio desses. E, depois, por mais que alguém tente me convencer do contrário, está na cara que é apenas mais um caça-níqueis para os clubes organizadores de corridas no Estado.

Ontem, no autódromo, nosso diretor de prova Ernesto Costa e Silva (sujeito correto, experiente e competentíssimo no que faz; quando é ele a dirigir nossas corridas, sinto-me 100% seguro no que diz respeito a eventuais acidentes e resgates), me contou que foi ele que fez o regulamento. Tentou explicar que a ideia é ter uma categoria que permita ao carinha que sai da escola de pilotagem ter um lugar para correr etc. “Precisamos trazer gente nova, senão isso aqui vai acabar”, disse o Ernesto, desolado com os grids cada vez mais magros do Paulista.

Concordo que o automobilismo brasileiro está acabando. Mas não por falta de pilotos e carros, e sim por falta de capacidade dos dirigentes, pela ganância dos clubes, pela ausência de uma política do esporte que venha de cima.

O Ernesto não tem nada a ver com isso, mesmo que tenha a melhor das intenções. Se eu fosse ele, não me metia com essa gente.

Ah, e para não dizer que nenhum carro de rua andou na Street Car, registre-se que o ex-governador e ex-prefeito de SP Paulo Maluf apareceu por lá com um Corvette e um Porsche. Foi de manhã bem cedo, antes que eu chegasse. Depois que fui embora, não sei se andou de novo. Parece que deu umas voltas, mas sem esmerilhar, levando alguém consigo, sem capacete ou macacão. O veterano político, que meses atrás esteve preso por algumas semanas na PF e carrega dezenas de processos por mau uso do dinheiro público, evasão de divisas e otras cositas más, sempre gostou de carros.

Tem carros muito caros, inclusive.