Blog do Flavio Gomes
F-1

MELBOURNETES (1)

SÃO PAULO (nova ordem) – Até que enfim começou esse bendito campeonato. Porque o único jeito de tentar entender o que pode acontecer nesta temporada que promete ser esquisitíssima, é vendo todo mundo na pista em condições parecidas. O primeiro treino livre em Melbourne foi o suficiente para algumas conclusões (que podem durar somente até […]

SÃO PAULO (nova ordem) – Até que enfim começou esse bendito campeonato. Porque o único jeito de tentar entender o que pode acontecer nesta temporada que promete ser esquisitíssima, é vendo todo mundo na pista em condições parecidas.

O primeiro treino livre em Melbourne foi o suficiente para algumas conclusões (que podem durar somente até o segundo treino livre, daqui a pouco, mas tudo bem). Vamos a elas:

– Há uma diferença brutal entre os carros, um abismo entre os mais rápidos, o bloco do meio e a turma do fundão. Rosberguinho, Mini-Nakajima e Kimi Manguaça andaram próximos, 1min26s687 para o primeiro, com 0s049 de diferença para o segundo e 0s063 para o terceiro. A partir daí, as diferenças foram muito grandes. Massa, por exemplo, ficou em sétimo a 0s955 de Nico. Alonso, em décimo, a 1s436. Hamilton, em 16º, a 2s355.

– A Williams, embora tenha dado uma pista no último dia de testes em Jerez de que poderia vir com alguma força, surpreendeu. Afinal, fez os dois primeiros lugares. Algo muito expressivo para um time de orçamento curto e sem parceiros técnicos de expressão. Aerodinamicamente, o carro parece ser bem nascido: bico nem muito fino, nem muito largo, mas bem curvado para baixo; e difusor de dois andares, alvo da ira de algumas rivais. Não por acaso, o carro da Brawn é bem parecido.

– A Brawn, a Brawn… Não era um blefe, afinal, o que é uma ótima notícia. Button e Barrichello fizeram tempos muito consistentes e andaram sempre entre os primeiros. Fará pontos na Austrália, podem apostar. E, se bobear, pode até subir ao pódio. Falando na Brawn, me ligou o Salomão antes do treino para dizer que um amigo dele, tratador de cangurus num zoológico de Melbourne, leu no jornal que Richard Branson, o dono da Virgin, pegou um avião de sua companhia aérea rumo à Austrália para anunciar, possivelmente amanhã, que vai patrocinar a equipe que quase comprou. O carro, que hoje treinou virgem, amanhã deve treinar Virgin. Boa, essa.

– É muito cedo, claro, e não quer dizer nada ainda. Mas tive a impressão de que Raikkonen está mais à vontade com o novo carro da Ferrari do que Felipe.

– Na Renault, o quadro é idêntico ao do ano passado: um piloto para tentar algo, Alonso, e outro para atormentar a equipe, Nelsinho. Piquet-pimpolho ficou mais de 1s3 atrás do espanhol. O carro, que eu ainda acho bonito, apesar das linhas meio grotescas, não é grande coisa, mesmo.

– Troféu discrição da manhã: BMW Sauber. Heidfeld foi o 11º e Kubica, o 13º.

– Troféu decepção da manhã: Toyota. Glock em nono, Trulli em 12º.

– Troféu melhor do que esperávamos da manhã: Sutil, nono com a Force India.

– Troféu exatamente o que esperávamos da manhã: Hamilton, em 16º.

– Troféu será que chegou minha vez? da manhã: Kovalainen, 11 posições à frente do campeão do mundo.