Blog do Flavio Gomes
Meus velhos papéis

MEUS VELHOS PAPÉIS

SÃO PAULO (teve pior, muito pior) – Os torcedores brasileiros lembram-se de Pedro Paulo Diniz como um mero piloto pagante, filho de milionário, que não fez nada de importante na F-1. Não é bem assim. Pedro disputou seis temporadas inteiras, largou em 98 GPs, defendeu quatro equipes diferentes (Forti Corse, Ligier, Arrows e Sauber) e […]

SÃO PAULO (teve pior, muito pior) – Os torcedores brasileiros lembram-se de Pedro Paulo Diniz como um mero piloto pagante, filho de milionário, que não fez nada de importante na F-1. Não é bem assim. Pedro disputou seis temporadas inteiras, largou em 98 GPs, defendeu quatro equipes diferentes (Forti Corse, Ligier, Arrows e Sauber) e fez mais, por exemplo, do que Zonta, Pizzonia e Bernoldi — pilotos que chegaram lá amparados por currículos bem melhores, mas não vingaram.

Ainda se aventurou como dirigente, sócio de Alain Prost, mas caiu do cavalo. Em 2002, trouxe a F-Renault para o Brasil e cuidou com carinho da última categoria-escola que o país teve. Fora da pista, pois, também fez muito mais do que a maioria.

Diniz pontuou em oito corridas, numa época em que só os seis primeiros marcavam. Foi quinto colocado nos GPs de Luxemburgo de 1997 e da Bélgica de 1998, ambos pela Arrows. E conseguiu seis sextos lugares: Espanha e Itália em 1996 (Ligier), Mônaco em 1998 (Arrows), e Canadá, Inglaterra e Áustria em 1999 (Sauber). No total, anotou dez pontos.

Se na sua época de F-1 (1995 a 2000) pontuassem os oito primeiros, como hoje, ele ainda teria na folha corrida quatro sétimos (Austrália em 1995, de Forti, uma façanha; San Marino/1996 de Ligier; Bélgica/1997 de Arrows; Europa/2000 de Sauber) e cinco oitavos (Brasil/1996 de Ligier; Canadá/1997 de Arrows; San Marino, Itália e EUA/2000 de Sauber). Seriam, no total, 17 provas nos pontos, o que está longe de ser uma carreira horrorosa.

Vasculhando minha velha papelada hoje, encontrei o press-release da Sauber do dia 13 de junho de 1999, quase dez anos atrás. Diniz largou em 18º e chegou em sexto, fazendo seu primeiro ponto pela Sauber. Seu companheiro, Jean Alesi, bateu na primeira volta em Jarno Trulli e saiu cuspindo marimbondos. “Antigamente não havia regras e os pilotos podiam fazer zigue-zague na largada que não acontecia nada. Agora tem uma comissão só para verificar isso”, reclamou, pedindo uma pena “pesada” para o italiano, que corria na Prost.

Pedro, por sua vez, contou que fez uma boa largada, passando em décimo na primeira volta, e que o safety-car o atrapalhou quando entrou na pista pela segunda vez (a prova acabou com SC). “Perdi duas posições na relargada para Ralf e Johnny”, lamentou, citando o Schumacher-pimpolho e Herbert, da Stewart. Para ler o texto, é só clicar na imagem.