Blog do Flavio Gomes
Imprensa

PRIMEIRO DE ABRIL

SÃO PAULO (começou) – Ontem de tarde passei um e-mail para a turma do Grande Prêmio para que todos ficassem bem atentos ao noticiário internacional de hoje. Não que fosse esperada nenhuma bomba. Mas é que a imprensa inglesa adora um 1º de abril. E sai espalhando as coisas mais estapafúrdias do mundo, inclusive através […]

SÃO PAULO (começou) – Ontem de tarde passei um e-mail para a turma do Grande Prêmio para que todos ficassem bem atentos ao noticiário internacional de hoje. Não que fosse esperada nenhuma bomba. Mas é que a imprensa inglesa adora um 1º de abril. E sai espalhando as coisas mais estapafúrdias do mundo, inclusive através de suas agências mais sérias e respeitáveis, como a Reuters.

Hoje começou cedo. O site “F1 Live”. reproduzido ao lado, acaba de transferir Hamilton para a Brawn GP… O texto é engraçado e, sem muitos escrúpulos, traz até declarações atribuídas ao piloto, a Ron Dennis, Norbert Haug e Jenson Button.

Foi só a primeira. Vamos ver o que mais pinta de cascata nas próximas horas. Ninguém dá muita bola na Inglaterra para os eventuais prejuízos que certas matérias podem causar. Faz parte da tradição.

Falando em 1º de abril, o caso mais famoso na imprensa brasileira é o do “Boimate”. Em 1983, partiu da Inglaterra a notícia de que cientistas da Universidade de Hamburgo tinham cruzado um boi com um tomate. O resultado seria um fruto com 40% mais de proteína, algo assim. O texto era bem gozado e cheio de pistas, como o nome de um dos cientistas, de sobrenome McDonalds…

A “Veja” publicou a história. Coitado do redator. O título da matéria: “Fruto da carne”. Lá pelas tantas, a reportagem dizia que a experiência faria com que no futuro as pessoas poderiam colher no pé um bife com gosto de molho de tomate. E a “Veja” não estava brincando, não. Tinha até infográfico explicando como foi feito o cruzamento do boi com o tomate. Se você buscar na edição de 27 de abril de 1983, que está disponível na internet, verá o texto na íntegra. Aliás, grande trabalho, esse de digitalizar todas as edições da revista e colocá-las no ar. A “Veja” é uma bomba inominável há uns dez anos, pelo menos. O pior exemplo de jornalismo que o Brasil já teve, com seus preconceitos, textos supostamente engraçadinhos e juízos de valor até no índice. Um lixo, em resumo. Mas já teve seus bons momentos. E essas edições antigas são ótimas principalmente para ver publicidade de época. Um barato.