Blog do Flavio Gomes
Grande Prêmio

TWITTER & TWEETER

SÃO PAULO (tudo muito rápido) – “Temos Twitter”, me avisou o Victor Martins outro dia. “Mais agudos?”, perguntei, a única coisa que me veio à cabeça. “Não, estamos no Twitter!”, replicou o incansável editor. Já me imaginei dentro de várias coisas, barriga de baleia, porta-malas de Landau, turbina de avião, mas dentro de um tweeter, […]

SÃO PAULO (tudo muito rápido) – “Temos Twitter”, me avisou o Victor Martins outro dia. “Mais agudos?”, perguntei, a única coisa que me veio à cabeça. “Não, estamos no Twitter!”, replicou o incansável editor. Já me imaginei dentro de várias coisas, barriga de baleia, porta-malas de Landau, turbina de avião, mas dentro de um tweeter, jamais. “Não é tweeter, é Twitter!”, insistiu Martins, e desligou porque percebeu que seria inútil explicar.

Bem, estamos no Twitter, ou o Grande Prêmio está. É a mais nova moda da internet da última semana — aliás, nem é tão nova assim, mas digamos que é o “pós-blog”. Em sei lá quantos toques, você diz ao mundo onde está, manda a mensagem pelo celular, a comunicação é rápida, na verdade não sei direito para que serve isso. Mas estamos lá.

Um tweeter, porém, sei bem para que serve. Era legal colocar duas cornetas como essa da foto no tampão do Gol, ambas de pé, fazendo “shh-shh” a cada sibilada do vocalista. Tinha de ser Arlen, ou Bravox, ou Selenium, dependia do bolso. Tweeter saliente dentro do carro era bacana, indicava que o dono tinha alguma preocupação com a qualidade do som, pegava bem, possivelmente o toca-fitas era um Rio de Janeiro e o amplificador-equalizador, certamente, Tojo.

Nada que fizesse o carro tremer, como hoje, ou que ocupasse espaço no porta-malas, as entranhas expostas num posto de gasolina qualquer, esse exibicionismo meio inexplicável. Não. Som era isso: quatro falantes de bom tamanho, dois na frente e dois atrás, se possível com telinha de metal, um par de tweeters à vista, um Bosch, ou TKR, ou Pioneer no painel, um Tojo com seus discretos leds dando clima de boate no interior da caranga, algumas fitas K7 de grife (Memorex era a minha preferida, “metal”), o sanduba na janela, o vidro embaçado depois, as noites que passavam tão rápido e a gente não queria que terminassem.