Blog do Flavio Gomes
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SEM SAÍDA

SÃO PAULO (nunca cumpro) – Eu tinha jurado que não iria mais falar nesse assunto antes de uma solução final, mas é impossível. Afinal, é o assunto do ano na F-1, apesar da grande, enorme novidade de ver uma equipe estreante arrasando a concorrência. Fato é que os ânimos se acirraram mais uma vez. Mosley […]

SÃO PAULO (nunca cumpro) – Eu tinha jurado que não iria mais falar nesse assunto antes de uma solução final, mas é impossível. Afinal, é o assunto do ano na F-1, apesar da grande, enorme novidade de ver uma equipe estreante arrasando a concorrência.

Fato é que os ânimos se acirraram mais uma vez. Mosley descascou as equipes hoje e, ontem, emitiu outro comunicado descascando a associação das montadoras europeias — que declararam apoio aos times mantidos por fábricas.

O raciocínio do presidente da FIA é, como sempre, cristalino. Não entende como as fábricas, atoladas em dívidas e falindo uma por dia, podem ser contra o teto orçamentário na F-1, esse sorvedouro de receita que, diante de acionistas, não faz o menor sentido. Na sua opinião, a FIA está é fazendo um favor às fábricas ao limitar os gastos em corridas. Dá para lhe tirar a razão?

No que diz respeito às equipes, diz que está agindo no sentido de dar liberdade técnica aos engenheiros, estimulando a criatividade e o desenvolvimento em bases mais racionais, dando oportunidade aos mais inventivos de se sobreporem àqueles que trabalham com orçamentos ilimitados. Acrescenta que, até agora, a única medida real para cortar custos na F-1 foi o congelamento dos motores, o que não é o bastante. E que não dá para congelar o resto dos carros, sob o risco de agir contra os princípios da F-1. Dá para lhe tirar a razão?

Para Max, o que está acontecendo de verdade é um embate pelo poder, com as equipes querendo assumir a categoria comercialmente e também fazer suas regras. Novamente, não é possível tirar sua razão.

O placar desse confronto, aqui neste blog, já variou muito e teve algumas viradas. Uma hora Max ganhava de 1 x 0, depois os times viraram para 10 x 1, depois viu-se que na verdade os 10 não eram 10, mas 8, e Mosley tinha 15 na manga. A Ferrari continua entrincheirada de um lado e os que continuam com ela não parecem ter grande convicção. No outro lado da trincheira, Max acena com gastos mais baixos, uma F-1 mais “democrática”, mocinhas de cinta-liga e chicotinhos para todos.

Eu diria que, neste momento, as ideias de Mosley são mais sedutoras que o pezinho de Montezemolo batendo no chão sem parar, que a pança de Briatore chacoalhando ao som gutural de suas fanfarronices, que o bigodinho sem graça de Theissen e que a insignificância do que pensa a Toyota.

Neste exato momento, Max está na frente de novo.