Acho que todo mundo já ouviu falar desse prédio, formado por 140 blocos de concreto, cápsulas, que representavam o que os japoneses achavam que poderiam ser as moradias do futuro. Ele foi inaugurado em 1972 e é uma criação de Kisho Kurokawa, que morreu há dois anos e foi um dos fundadores de um movimento chamado de “Japanese Metabolism”.
Esses blocos eram fabricados individualmente, com todos os acessórios (um painel com TV, fogão e toca-fitas de rolo de um lado; um banheirinho tipo de avião do outro; uma cama no meio), e “plugado” numa estrutura fixa que continha escadas, elevadores e instalações elétricas e hidráulicas. A Capsule Tower traduzia um mundo em constante mutação, permitindo que mais módulos fossem colocados a qualquer momento, e outros retirados, numa interessante visão futurista das grandes metrópoles.
Dois anos atrás, seus moradores votaram pela demolição do prédio e pela construção de algo mais moderno e espaçoso. Estão atrás de quem financie ambos. É um marco da arquitetura moderna, sem dúvida. Mas ninguém se interessa em restaurá-lo. O autor do artigo conta que está tudo caindo aos pedaços, com infiltrações, vazamentos, mau cheiro, estrutura de concreto comprometida.
O metabolismo cessou.