Blog do Flavio Gomes
F-1

VALENCIANAS (5)

SÃO PAULO (cinza e fria) – Treino livre de sexta-feira está mais para Twitter do que para blog… Em 140 toques daria para resumir tudo. Apesar da gritaria do narrador da TV que a cada tempo feito por Barrichello gritava como se a seleção brasileira tivesse feito um gol na final da Copa do Mundo. […]

SÃO PAULO (cinza e fria) – Treino livre de sexta-feira está mais para Twitter do que para blog… Em 140 toques daria para resumir tudo. Apesar da gritaria do narrador da TV que a cada tempo feito por Barrichello gritava como se a seleção brasileira tivesse feito um gol na final da Copa do Mundo. Será que essa gente da Globo & Filiais é assim mesmo, de nascença, ou segue orientação de algum tipo de guru nacionalista que não tem a menor noção de nada?

Bem, de qualquer maneira, deu para tirar algumas conclusões. No calor, e em uma pista que não é lenta, embora seja de rua, a Brawn recuperou parte de sua competitividade e deve andar nas primeiras posições. Surpresa foi a discrição da Red Bull. Surpresa e alívio para os marca-texto de Button e Barrichello. A ver como será amanhã. Tudo que a Brawn quer e precisa é que os rubrotaurinos larguem atrás. Em Valência, ninguém passa.

Esperava-se mais da McLaren. Ainda espero. Da Williams, esperava-se menos. Fez mais, só que é aquele negócio. Amanhã Nakajima vai lá para trás e Rosberguinho se vira entre os dez primeiros.

O brilhareco previsível foi de Alonso, melhor tempo, quase 0s8 na frente de Button, e é capaz até que ele largue na pole, com o carro levinho, levinho, para dar alegria aos seus torcedores e liderar algumas voltas na corrida. Vai que rola um safety-car, pode até dar certo. Grosjean ficou bem longe, como ficaria Nelsinho, provavelmente. Mas seria injusto julgar o rapaz por um único dia de treinos. Duas ou três corridas, pelo menos, para que a pachecada comece a bradar pela volta de Piquet-pimpolho.

E a Ferrari? Gola Profonda telefonou, depois de muitos meses sem dar notícia. “Deu certo”, ele disse, sem nem dizer bom dia, como se tivéssemos conversado ontem. Não fiz muitos rodeios e perguntei de bate-pronto: deu certo o quê? “O Badoer.” Pô, o Badoer andou lá atrás, e ainda foi multado quatro vezes por excesso de velocidade no pit-lane, não seja ridículo, Gola, tá na cara que vocês fizeram cagada, não tinham nada de pegar esse magrelo aposentado!, desembuchei.

“É o contrato”, seguiu Gola inabalável, como se falasse sozinho. “Ele não leu o contrato. A cláusula das multas. Cada multa será multiplicada por dez e descontada de seu salário. Pelos nossos cálculos, Badoer já está devendo 14 mil euros para a equipe. Não sabe ainda. Desligamos o botão do controle de velocidade. Amanhã tem mais. O Kimi tá sabendo. Vamos soltar a roda dele no pit stop. Se vier uma multa igual à da Renault, essa corrida vai dar lucro pra gente.”

O Kimi está sabendo? Uai, o que o Kimi tem a ver com isso? “É a grana que a gente vai dar a ele para rescindir o contrato e não encher mais o saco.” Entendi. E o que fará da vida o pobre Raikkonen? “Ele está esperando o Bourdais decidir onde vai correr. Aí vai atrás.”

Entendi.