Blog do Flavio Gomes
ESPN Brasil

O LOTUS BRASILEIRO

SÃO PAULO (espetacular) – Hoje de manhã fui gravar com o simpático Guilherme Junqueira, da Garage Hot & Classics, uma matéria bem legal sobre o Emme Lotus 422T, o mais misterioso dos carros brasileiros. Ele apareceu do nada em 1997 como o primeiro sedã superesportivo do país, foi capa de “Quatro Rodas”, recebido com entusiasmo por […]

SÃO PAULO (espetacular) – Hoje de manhã fui gravar com o simpático Guilherme Junqueira, da Garage Hot & Classics, uma matéria bem legal sobre o Emme Lotus 422T, o mais misterioso dos carros brasileiros. Ele apareceu do nada em 1997 como o primeiro sedã superesportivo do país, foi capa de “Quatro Rodas”, recebido com entusiasmo por todos numa época em que as importações já estavam liberadas havia um bom tempo, na condição de concorrente da turma da pesada, BMW, Audi, Mercedes. O grande apelo: motor Lotus e um desempenho assombroso.

E tinha mesmo, pelo menos o motor. Mas a história é bem mais cabeluda. O carro teria sido projetado na Suíça e ninguém nunca soube direito quem era o dono da Megastar Veículos, fábrica instalada em Pindamonhangaba com incentivos fiscais do município para montar o Emme. O grupo proprietário, pelos registros disponíveis, era de Liechtenstein.

Os motores de quatro cilindros e 2,2 litros, turbinados, de fato foram vendidos pela Lotus para a Megastar, mas nunca houve participação da fábrica inglesa no projeto. Só que meteram o logotipo verde e amarelo na carroceria e Lotus no nome do carro. Depois, descobriu-se que o Emme era nada mais, nada menos, que uma cópia do Volvo S80, apresentado como protótipo em 1992 e lançado em 1998 pela montadora sueca.

Foram vendidas entre 12 e 15 unidades. Em 1999, apesar de terem prometido investir US$ 200 milhões na fábrica, os donos da Megastar desapareceram e a empresa foi à falência. Quem comprou ficou com um mico nas mãos.

Mico que hoje, dez anos depois, é item de coleção. Não se sabe quantos sobreviveram. Esse da matéria, chassi 00009, foi exposto no Salão do Automóvel de 1999. Está zerado, tem pouco mais de 4 mil km rodados. E é um carrão, apesar de toda a névoa que envolve sua história. A carroceria é de plástico, um produto de nome VeXtrim, patenteado na Europa. O acabamento é bom, o painel é uma maluquice, anda pra cacete. Os fabricantes juravam que passava dos 270 km/h, o que faria dele o carro nacional mais rápido de todos os tempos. O velocímetro marca 300 km/h.

Toda essa história será contada terça-feira que vem no “Limite”, da ESPN Brasil.

ATUALIZANDO…

O Marcos Smirnoff mandou e-mail para contar que seu cunhado participou do projeto do Emme. E na sua página na internet, mantém um link para o site original da empresa, que está aqui. Arqueologia da internet…