Blog do Flavio Gomes
Rali

DACAR-GENTINA (4)*

GUARUJÁ (não é para os fracos) – Rali é uma coisa muito perigosa. Muito mesmo. Eu só vi um de perto, etapa do Mundial, com tudo que é possível fazer para garantir a segurança das pessoas. Mas não dá para ser infalível. A natureza da competição é de risco, grande risco. São trechos enormes, e […]

GUARUJÁ (não é para os fracos) – Rali é uma coisa muito perigosa. Muito mesmo. Eu só vi um de perto, etapa do Mundial, com tudo que é possível fazer para garantir a segurança das pessoas. Mas não dá para ser infalível. A natureza da competição é de risco, grande risco. São trechos enormes, e não dá para controlar o acesso de pessoas e animais por milhares de quilômetros. Alguma coisa sempre escapa. As pessoas que se aproximam dos carros/caminhões/motos/quadriciclos sabem o risco que correm. Os que os pilotam, idem.

Não estou, aqui, querendo minimizar as fatalidades do Dacar. Hoje morreu uma moça de 28 anos em Córdoba. Era espectadora. São dezenas de mortes contabilizadas na história de mais de três décadas dessa competição, que é ainda mais perigosa que um rali dito “normal”. As distâncias são ainda maiores, os terrenos, inóspitos e hostis, as dificuldades, tremendas.

Mas não alinho com aqueles que acham que deviam proibir o Dacar (até o papa, uma vez, clamou por sua suspensão; o papa se mete com cada coisa…). Não tenho nenhum argumento muito forte, na verdade, para defendê-lo. Ano passado, depois da morte do motoqueiro Pascal Terry, rabisquei algumas linhas sobre o assunto. Continuo pensando o mesmo. O Dacar é fruto do nosso tempo, tanto quando saltar de paraquedas ou descer uma corredeira.

Fruto de tempos difíceis de suportar, tempos em que é preciso dizer a si mesmo que você fez alguma coisa digna de nota, para que sua biografia não se limite ao emprego que teve, a família e os filhos que fez.

* A foto não tem nada a ver com o Dacar. Lá longe vem um Lada, não sei onde.