SÃO PAULO (mais fresca) – Eu tenho uma dessas. Na verdade, a versão soviética, alguns anos mais nova, mas no fundo é a mesma. Essa aí, em foto enviada pela Jackie Della Barba, é uma perua Fiat 124, modelo 1972/74. A minha é um pouco mais nova, tem faróis quadrados e um ou outro detalhe de acabamento mais, digamos, austero.
Ontem chouveu em SP e, novidade, começou a alagar tudo. Ali em frente ao antigo Detran, na Av. 23 de Maio, debaixo de um viaduto, enche sempre de água. Eu vinha pela pista lateral para pegar a “23” e quando embiquei na rampa de acesso, vi que já tinha enchido. Os carros estavam todos parando. Pajeros, Tucsons, Ecosports, esses mais altos, além da frota de descartáveis de sempre. Medo d’água, compreensível.
A rampa de que estou falando fica no alto, onde tem uma escultura que homenageia Ayrton Senna. Acendi o pisca-alerta para avaliar a situação, aprumei o carro, primeira, segunda, terceira, entrei no alagamento acelerando sem dó, ela nem engasgou, passou tal qual uma lancha, deixando para trás espantados motoristas que não arriscaram colocar seus carros prateados naquele aguaceiro todo.
E a peruinha, de batismo Elena Isinbaeva, seguiu seu caminho lamentando, apenas, que tinha sido lavada de tarde, ainda sob o sol do verão.
