Blog do Flavio Gomes
Colunas Warm Up

MAJOR QUEDINHO

SÃO PAULO (certos dias nunca acabam) – A colúnica Warm Up de hoje está no ar, com as primeiras impressões dos testes da F-1 neste ano. Mas, pelo menos para mim, o trecho mais importante é esse reproduzido aí embaixo. A primeira redação de jornal em que entrei foi a do “Popular da Tarde”, em […]

SÃO PAULO (certos dias nunca acabam) – A colúnica Warm Up de hoje está no ar, com as primeiras impressões dos testes da F-1 neste ano. Mas, pelo menos para mim, o trecho mais importante é esse reproduzido aí embaixo.

A primeira redação de jornal em que entrei foi a do “Popular da Tarde”, em 1982, no velho prédio da Major Quedinho, no centro de São Paulo. Era o jornal esportivo do secular “Diário Popular”, que mais tarde foi comprado pelas Organizações Globo, mudou de nome para “Diário de S.Paulo”, e agora pertence ao empresário J. Hawilla. Hoje minha coluna volta a ser publicada pelo “Diário” — que às vezes ainda me pego chamando de “Dipo”, como a gente se referia carinhosamente ao “Diário Popular”. Os tempos são outros, ir à redação já nem se faz mais necessário nesta era de comunicações rápidas e, receio, impessoais. Mas tenho muitos amigos por lá, ainda, gente que começou na mesma época que eu, cujos caminhos se cruzaram e se separaram muitas vezes. Talvez alguns dos leitores do “Diário” ainda sem lembrem de mim, ou me reconheçam da TV, ou do rádio. A eles, tudo que posso dizer por enquanto é um singelo “olá”. Espero não decepcioná-los. Voltar à casa onde 28 anos atrás tomei aquele pequeno elevador com ascensorista até o quinto andar para entrar no mundo do jornalismo, morrendo de medo e de ansiedade, é um privilégio. Uma felicidade íntima, difícil de descrever. Aquele elevador já não está mais lá, eu sei, nem o ascensorista. O jornal mudou-se para o prédio ao lado, onde ficava o histórico Hotel Jaraguá. Mas o cheiro de papel jornal e de tinta, o barulho dos linotipos, o calor da redação, o mapa-múndi na parede ao fundo, as máquinas de escrever, as laudas… Disso eu não esqueço, e tudo isso vive na minha memória, e enquanto vive na memória, é como se existisse e não tivesse mudado nunca.

É isso aí.