Os mais novos talvez se lembrem dele apenas como cronista esportivo. Porque nas suas duas últimas décadas de vida ele voltou ao esporte, que amava e de onde veio, lá dos anos 50 e 60.
Só que seu auge como jornalista foi num cargo espinhoso, como diretor de jornalismo da TV Globo de 1974 a 1990, em parte dos anos de chumbo, depois na retomada da democracia. E passou pelo cargo sem deixar inimigos na esquerda, uma façanha para quem comandava a principal emissora do país.
Quando retomou o cronismo esportivo, o fez com o brilho e a leveza de sempre. Um texto luminoso e delicado.
Mal o conheci, talvez tenhamos nos encontrado duas ou três vezes. Mas fomos colegas de páginas no “Lance!”, o que para mim é uma honra. Sempre o admirei a distância, à prudente distância que se devota aos mestres.
E sempre me encantei com um outro lado desse moço, a paixão pela aviação, o amor pelo voar.
Armando Nogueira, dono de uma pena angelical, gostava de voar.