Blog do Flavio Gomes
Indy, IRL, ChampCar...

INDY IN SAMPA (4)

SÃO PAULO (e o dia está lindo) – Acabei de ver agora o primeiro treino livre da Indy no Anhembi. Para ser sincero, não estou nada surpreso com a qualidade do asfalto, e é natural que haja reclamações por conta das ondulações. É asfalto padrão São Paulo, ruim demais, como sempre, para que daqui a […]

SÃO PAULO (e o dia está lindo) – Acabei de ver agora o primeiro treino livre da Indy no Anhembi. Para ser sincero, não estou nada surpreso com a qualidade do asfalto, e é natural que haja reclamações por conta das ondulações. É asfalto padrão São Paulo, ruim demais, como sempre, para que daqui a poucos meses as empreiteiras recebam tudo de novo para fazer o recapeamento. Na F-1, esse asfalto não passaria. É só lembrar das máquinas de nivelamento a laser trazidas no passado, para que Interlagos virasse um tapete, como é.

Mas pista de rua é assim mesmo. Algumas melhores, outras piores. A do Anhembi está entre as piores mas, repito, é normal que seja assim. Foi tudo feito muito no tapa, e quem conhece São Paulo sabe que asfalto, aqui, é ficção. O que se tem é uma pavimentação que lembra remotamente asfalto.

O problema maior é, mesmo, a parte do Sambódromo (a foto é do Danilo Gaidarji, via Twitter). Eu achava que iriam asfaltar aquilo, para tirar depois. Até falei nisso em post de tempos remotos, reclamando do custo dessa operação, que seria pago pela Prefeitura, claro. Mas mantiveram o piso de concreto e apenas rasparam a tinta. É liso demais, e os pilotos estavam rebolando no meio da reta. Até a Milka Duno bater. Vai ser necessário que todos se adaptem, e no fim todo mundo vai se adaptar. Claro que se chover esse trecho do Sambódromo vai ficar bem perigoso. Mas os caras se viram.

O traçado é aquela coisa sem-graça das pistas urbanas americanas, que na verdade não seguem nenhuma topografia ou desenho naturais, como Mônaco, Pau, Macau. É aquela coisa de usar espaços abertos subutilizados para montar um circuito artificial cheio de esquinas. Na F-1 foi assim, no passado, com Phoenix e Las Vegas, especialmente. Portanto, aí, nada a declarar. Não é melhor, nem pior que outros.

O cenário é que é um horror. Quando as câmeras abrem para ter uma visão geral da reta da Marginal, vê-se a própria, cheia de caminhões, o trânsito parado dos dois lados, o esgotão no meio. É a imagem que estão vendendo de São Paulo para o mundo, e pelo menos não é mentirosa. É assim mesmo, esse inferno. Reality show.

Tecnicamente, é difícil falar qualquer coisa sobre performances e favoritismos. Na Indy, os carros são iguais. O que muda é a capacidade de equipes e pilotos. Muitos são novatos, outros são “frilas”, participam de uma ou outra prova, não há estruturas muito sólidas, exceções feitas às grandes Penske, Andretti e Ganassi. A transmissão da TV foi muito laudatória, pouco informativa, o narrador passou o tempo todo elogiando os promotores (eles mesmos, da Bandeirantes) e confundindo nomes de pilotos, como de costume. Teve aquela coisa “Caras”, entrevistas nos camaortes, VIPs, essas coisas.

Ah, Dixon foi o mais rápido.